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Enviada em: 27/03/2018

"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Essa frase do educador Paulo Freire deixa explícita a importância que a educação tem para a superação de problemas sociais. Nesse sentido, apesar dos grandes avanços sociais, no Brasil, tem-se a problemática questão da doação de sangue, em que hemocentros brasileiros necessitam de mais doações. No entanto, esse ato de solidariedade apresenta como obstáculos para sua ampliação: a crença em conhecimentos populares e a falta de políticas públicas para conscientização da população.       A priori, construiu-se diversos mitos a respeito da doação de sangue. Isso pode ser explicado porque grande parcela da população acredita que pode contrair doenças durante o procedimento, além de que pode, também, prejudicar sua saúde, podendo apresentar, por exemplo, anemia após a ação solidária. Assim, a causa dessa problemática é a educação ineficiente da população, a qual não recebeu informações básicas durante seu período escolar. Em vista disso, muitas pessoas que necessitam de sangue para procedimento cirúrgicos, recuperação de acidentes, entre outros casos, morrem diariamente, fato este que poderia ser revertido.       Além disso, a falta de ações públicas para conscientização da sociedade colabora para o agravamento da problemática. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população nacional doa sangue, o que é preocupante, pois apesar de ser um valor considerável, a demanda é maior. Nessa linha de raciocínio, um grande contingente populacional não doa sangue por não compreender o atual cenário dos hemocentros brasileiros, ou por não ter desenvolvido a empatia por conta da falta de incentivo do Estado. Por esse motivo, medidas devem ser tomadas para garantir a homeostase social, já que segundo o sociólogo Émile Durkheim, os seres que compõe o corpo social devem agir em coletividade, e se algo não está funcionando corretamente, é porque há falhas nas instituições.       Torna-se evidente, portanto, que a educação é, indubitavelmente, essencial para garantir o progresso da humanidade. Então, o Ministério da Educação deve intensificar palestras e debates nas escolas sobre a temática da doação de sangue, a fim de conscientizar a população acerca dos mitos, bem como instruir a respeito das condições mínimas para doar sangue e, por fim, mostrar o atual cenário brasileiro, objetivando desenvolver a empatia. Para mais, o Governo Federal, por meio do poder midiático, deve reforçar propagandas que mostrem a vida de milhares de brasileiros que necessitam de sangue, com o intuito de desenvolver o princípio da alteridade, além de tornar o assunto conhecido por todos, para que assim a sociedade esteja de acordo com o que Émile Durkheim defendia.