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Enviada em: 31/03/2018

Entre números e vidas       Sempre que a doação de sangue é mencionada, em programas governamentais ou campanhas publicitárias, tem-se a sensação de acolhimento, altruísmo e solidariedade. O primeiro sentimento relaciona-se ao receptor que em um momento delicado sente-se amparado, ou mesmo quem não tem problema tranquiliza-se sabendo que não faltará ajuda. Os últimos sentimentos estão relacionados a quem pratica o ato, pelo dever cumprido e o preenchimento da cidadania.        Entretanto, existe um obstáculo que precisa ser analisado, a baixa taxa de doação. A porcentagem de doadores no Brasil em 2014 foi de 1,8%, número abaixo do ideal estabelecido pela ONU, entre 3 e 5%, e que é preciso elevar, então toda doação é válida e urgente. Mas, para que a doação possa ocorrer certos pré-requisitos devem ser preenchidos.       Dentre estes surgem dois tipos de impedimentos para os futuros voluntários, o temporário e o definitivo. Neste, indivíduos com doenças crônicas como malária, chagas, aids e hepatite ficam incapacitados permanentemente de doar. Para aqueles, a suspensão é temporária, 12 meses para casos de relação sexual casual com pessoa desconhecida, independente do uso de preservativo. Assim, temos um filtro que diminui a quantidade de possíveis doadores.        Devido a necessidade de analisar quesitos de cunho pessoal, como relações sexuais, é possível que alguém sinta-se discriminado por não ter seu ato concretizado. Um acompanhamento psicológico deve ser feito para explicar a situação, e assim não frustrar novos possíveis doadores. É necessário educá-los para uma futura participação, com cartilhas e exposição audiovisual nos centros de doação. Ainda, o setor de triagem dos hemocentros deve constantemente passar por treinamentos para avaliar de maneira correta e humana, cada caso.       A doação de sangue é um ato louvável, porém receber o sangue doado é um ato muito delicado. O receptor da transfusão deve estar tranquilizado de que o processo de avaliação ocorreu de modo correto, para não sofrer um problema futuro. O doador também precisa ser respeitado com o máximo de humanidade, pois está dispondo de um bem para ajudar o próximo. Concluindo, é necessário aumentar o número de bolsas de sangue de modo equilibrado porque a finalidade é salvar vidas, sem riscos futuros.