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Enviada em: 01/04/2018

As primeiras tentativas de transfusões sanguíneas foram descritas no século XV na Europa, por um escritor italiano, e são um dos principais meios utilizados na medicina. O Brasil é um país com uma alta demanda de transfusões, no entanto, segundo o Ministério da Saúde apenas 1,8% da população realiza a doação. Entre os vários problemas enfrentados pelos hemocentros, a questão da falta de cidadania, a discutida exclusão dos gays e a inflexibilidade de horários contribuem para o não engajamento de uma condição tão importante para salvar uma vida. Embora o brasileiro receba vários elogios internacionais por ser um  povo afetivo e solidário, peca pela omissão na doação de sangue, além de adotar medidas questionáveis aos voluntários. Destarte, alguns "cuidados" como considerar todo homem homossexual ativo como fator de risco, é uma medida discriminatória e ultrapassada, pois leva em consideração a identidade sexual e não o comportamento, segundo o médico brasileiro Dráuzio Varella. Com isso, ocorre um desencontro de ideais, pois quanto maior o número de doadores  voluntários, mais seguro e controlável será a transfusão de sangue. Ademais, a questão do doador ser "recompensado" sempre é questionável. Desde 1988, a Constituição Federal proíbe o pagamento pelo sangue coletado. Entretanto, outras compensações foram  adotadas, como dar um dia de folga no trabalho, mas nem todo empregador aceita liberar o funcionário para algo que não lhe trará lucro. Por consequência, nota-se uma sociedade mercenária, a qual não se engaja no que literalmente é a palavra doação, repetindo os mesmos papéis ora como patrão ora como funcionário - pois ambos almejam apenas trazer algo  de bom para si  e não para todos. Logo, o Ministério da saúde precisa engajar  profissionais de saúde juntamente com Ongs na parte de cobrar a mudança na lei de doação referente aos homossexuais. Como também, a sociedade no papel de família, de cidadão e pai, criando laços com as crianças no momento da doação de sangue, levando-as nos hemocentros, as escolas trazendo campanhas de doação dentro da instituição, ambos criando laços vantajosos desde flexibilidade no horário e local,  para tornar  mais palpável o "dever" de ajudar a quem precisa no momento certo,  e mais reconfortante em saber que alguém foi ajudado.