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Enviada em: 11/04/2018

"O Brasil desperdiça mais de um caminhão cheio de sangue todo dia por puro preconceito". A mensagem foi utilizada para uma campanha em 2016, em que um caminhão repleto de bolsas de sangue criticava a discriminação sofrida pelo público LGBT durante as tentativas de doações sanguíneas. Este preconceito somado à falta de conhecimento da população, colabora para que a oferta de sangue no país seja menor.       No Brasil, todo o sangue colhido em bancos públicos ou privados passa por testes para a identificação de vírus transmissores de doenças, afim de garantir segurança ao receptor. Entretanto, mesmo que o sangue de um homossexual passe pelos testes, ele é impossibilitado de doar se houver cometido práticas sexuais em um período de doze meses. Esse preconceito está ligado à suposta promiscuidade, visão que vigora na sociedade a respeito do grupo LGBT. O desconhecimento de uma boa parcela da população  sobre o sistema ABO (caso de alelos múltiplos na biologia), gera comodismo, já que poucos sabem seu tipo sanguíneo e os seus possíveis receptores.       Perante essas situações, ocorre a diminuição dos estoques de sangue nos hemonúcleos, que também carecem de sangues raros como o "falso O". Acontece ainda, o aumento da discriminação e a generalização do público homossexual, que são vistos como promíscuos e não apresentam a possibilidade de ajudar a nação.       Diante dos fatos expostos, cabe ao Ministério da saúde rever suas políticas de modo que a sociedade LGBT consiga doar sangue e ao mesmo tempo manter a saúde e segurança dos receptores através das análises já existentes. Deve-se ainda criar uma parceria entre os Ministérios da educação e da saúde para levar aulas práticas às instituições de ensino, nas quais sejam realizadas tipagens sanguíneas e palestras. Desta maneira, o país conseguirá não somente educar os jovens, mas também transmitir cidadania aos futuros doadores de sangue da nação.