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Enviada em: 03/05/2018

Os desafios do autismo no Brasil       Sabe-se que o autismo é uma síndrome que atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil e afeta importantes aspectos da vida em sociedade, tais como comunicação e interação social. Contudo, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros autistas ainda sofrem para encontrar tratamento adequado que garanta a tão desejada inclusão.        Observa-se que um dos principais problemas é a dificuldade no diagnóstico do transtorno. De fato, como o autismo é considerado um espectro, ou seja, engloba vários e diferentes níveis de funcionamentos, não há exames específicos para diagnosticá-lo, sendo feito por observação direta na pessoa, geralmente na infância, mas que infelizmente pode se estender até o início da juventude. Isso ocorre devido a falta de conscientização das famílias e das escolas sobre a doença, que muitas vezes tardam em buscar auxílio da equipe médica. Como consequência tem-se o prejuízo no tratamento, já que quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sucesso da intervenção, que deverá contar com a união de esforços da equipe de saúde, professores, pedagogos e família.        Outro desafio encontrado para a inclusão de pessoas com autismo no Brasil é a efetiva aplicação das leis através de políticas públicas de fomento a inclusão. Apesar da importância do marco legal com a edição da lei em 2012, a proteção dos direitos da pessoa com autismo ainda carece de estratégias reais. Basta observar que a legislação garante o direito às pessoas autistas de frequentarem escolas regulares tanto na educação básica quanto no ensino profissionalizante, porém muitas vezes as escolas não estão preparadas para recebê-los. Como consequência têm-se a falsa sensação de inclusão, em que crianças e jovens autistas são simplesmente excluídos das atividades regulares dos outros alunos por serem vistos como limitados e incapazes de acompanhar a evolução da turma, agravando ainda mais o quadro de exclusão.        Diante dos fatos expostos, medidas devem ser tomadas para garantir a real inclusão dos brasileiros autistas. Para isso, o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, deve promover uma reestruturação da forma como o autismo é ensinado nas Universidades por meio de um amplo debate com a comunidade acadêmica, garantindo a formação de profissionais altamente qualificados que se aproximam das escolas regulares e das famílias para o acompanhamento terapêutico dos autistas. Além disso, Associações de pais e professores devem se mobilizar por meio de protestos, inclusive com o uso das redes sociais, para pressionar o Governo a investir na infraestrutura das salas de aulas e torná-las aptas a evitar comportamentos antissociais e estimular o compartilhamento.