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Enviada em: 07/05/2018

Desde o iluminismo perpetua-se a ideia de que o pregresso social depende da mobilização individual com o problema do outro. No entanto, quando se observa a precária condição de inserção de um autista no Brasil hodierno, verifica-se que esse ideal iluminista é concebido na teoria e não desejavelmente na prática. Assim, essa problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja por falhas no sistema constitucional, haja vista a predominante ignorância social.  É indubitável que as questões constitucionais, bem como a ineficiência em aplicabilidade, estejam entre as causas do problema. Tal fato se observa nos escassos investimentos governamentais em qualificação pedagógica, que proporcionaria um melhor atendimento à demanda autista. E embora, existam leis que deveriam assegurar o ingresso de autistas nas escolas regulares, a falta de fiscalização por parte de algumas gestões públicas impossibilita que esse decreto seja firmado. Destarte, tendo em vista que a educação é o princípio que rege a formação individual, a falta de acesso adequado a este recurso, prejudica não apenas a formação acadêmica destes, mas também inviabiliza a promoção da socialização e, por sua vez, a inclusão social.  Outrossim, destaca-se a teoria aristotélica sobre o princípio da igualdade em que fomenta-se o pensamento de que não adianta a criação de medidas para a amenização de algo se não conhecer o verdadeiro sentido da palavra em questão.Em contrapartida, é fato que a ampla ignorância social acerca de questões sobre o autismo, acentuam o preconceito e, posteriormente, dificultam ainda mais a inclusão deste grupo. A exemplo disso, o livro A diferença invisível, retrata o olhar estereotipado e generalizado à personagem contida no espectro autista, devido a falta de conhecimento acerca desta condição.  Fica claro, portanto, que para a efetivação concreta de meios que viabilizem a convivência digna de indivíduos permeados nesta condição, são necessárias mudanças de amplo aspecto. Desta forma, é míster entender as particularidades atribuídas as pessoas deste espectro, bem como disseminar valores acerca da empatia. Para isso, as Secretárias de Educação municipais em parceria com as prefeituras, podem promover palestras e teatros em cenários públicos, a fim de discutir e desmistificar questões acerca do autismo. Ademais,o Ministério da Educação deve assegurar a fiscalização ampla, pautada na efetivação da matrícula de autistas em escolas regulares. Tendo em vista essas promoções, é importante que a Constituição Federal fique incumbida de oferecer anualmente qualificação pedagógica aos profissionais de educação por meio de cursos interativos que, por sua vez, forneçam as diversas maneiras lúdicas de educar um autista. Desta forma, será possível a formação de uma sociedade inclusiva.