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Enviada em: 03/05/2018

Após o advento da contemporaneidade e a consolidação dos Estados burgueses, o Brasil começou o seu processo de mudanças nos meios de produção rumo à industrialização, porém a falta de um planejamento adequado para esse fenômeno trouxe problemas sociais à população, como a falta de respeito às especificidades de cada cidadão. Uma questão muito importante que pode ser relacionada com o ritmo acelerado e excludente que o Brasil vive é a falta de suporte aos autistas, o que dificulta a inclusão e o respeito aos direitos dos portadores dessa síndrome.      Em primeiro lugar, é importante situar o povo brasileiro nessa questão. Machado de Assis retrata em "Memórias Póstumas de Brás Cubas" todo o preconceito da sociedade brasileira, seja com os negros ou com quem sofre algum tipo de transtorno. Esse contexto é fruto de processos históricos profundamente hierarquizados, a colonização e a industrialização. Então, o povo ainda tem uma dificuldade muito grande de assimilar políticas públicas em prol de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista e acaba configurando um cenário de dificuldade para a própria aplicação das leis de amparo à esse público, visto que o código moral de uma sociedade acaba ficando acima de qualquer lei no cotidiano, onde as próprias pessoas são responsáveis pela fiscalização de desvios que prejudiquem os autistas.     Contudo, é possível encontrar respostas para esses desafios na própria origem do capitalismo industrial, onde Adam Smith trouxe uma teoria que agrega o valor ao trabalho e não necessariamente às mercadorias, algo que pode ser utilizado para estabelecer uma nação com mais oportunidades de integração para o portador do autismo à medida que agrega um valor maior aos produtos dos detentores dos meios de produção. Desse modo, segundo Marx, as pessoas conseguiriam incluir completamente quem sofre da doença, pois como a consciência humana é produto do meio de produção vigente, haveria um avanço gradativo na vida dos autistas.    Urge, portanto, que o Poder Legislativo inclua como condição para a ocorrência de leis de incentivo fiscais a aderência de empresas a um programa de inclusão de trabalhadores que possuam o Transtorno do Espectro Autista, de modo que haja uma propaganda massiva do próprio empresariado sobre a importância da integração de todos, o que seria um fator de educação coletiva e agregação de valor aos produtos gerados. Desse modo, o ato de incluir os autistas estaria consolidado e ocorreria em consonância com o modelo econômico atual, sem causar grandes mudanças.