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Enviada em: 05/05/2018

Desde o Iluminismo entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto quando se observa os desafios da inclusão de pessoas com autismo no Brasil, este ideal iluminista é constado na teoria e não desejável na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada a realidade do país, neste sentido convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga é possível perceber que no Brasil, o atraso e a ineficiência no cumprimento da lei rompe essa harmonia, haja visto que a lei N° 12.764 em seu segundo artigo e terceiro inciso diz que, deve-se objetivar o diagnóstico precoce do autismo, porém ainda nos dias atuais tal diagnóstico é impreciso e demorado, pela falta de investimentos em pesquisas por parte do governo e falta de ação social. Outrossim destaca-se o preconceito e imobilização social como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim o fato social é uma maneira de agir e de pensar, dotada de exterioridade, genialidade e coercitividade. Seguindo esta linha de pensamento, observa-se que pelo fato da maior parte da população brasileira não ter a doença e pelo pouco conhecimento que se tem sobre o autismo, é criado um preconceito em relação aos detentores da doença, quebrando outra vez o ideal iluminista e indo totalmente contra o inciso dois do segundo artigo da lei N° 12.764 que diz que deve-se ter a participação da sociedade na formulação de políticas públicas voltadas aos autistas. É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério da saúde deve aumentar o incentivo as pesquisas sobre o autismo, promovendo o rápido diagnóstico da doença a fim de que possa ser melhor tratada e conhecida pela sociedade. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutam os desafios da inclusão de pessoas com autismo no Brasil, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus.