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Enviada em: 02/06/2018

Em 2012, foi ratificada pela Carta Magna de 1988 uma lei que prevê a inclusão dos autistas. Entretanto, parcelas consideráveis da população e instituições brasileiras persistem em se posicionar de maneira indiferente frente a essa realidade. Com efeito, uma ação conjunta entre sociedade  e autoridades públicas a cerca dos caminhos para o acolhimento desse grupo, é medida que se impõe.    É válido ressaltar, a princípio, que o autismo é uma síndrome cuja causa é desconhecida, porém os pesquisadores desconfiam que essa é condicionada por genes (segmentos de DNA) portadores desse fenótipo. Desse modo, observa-se que esse quadro patológico não apresenta cura e mesmo com o tratamento adequado, o autista continua apresentando dificuldades de comunicação e socialização, o que causa estranhamento por parcelas da população e gera exclusão. Em consonância com Claude Lévi-Strauss, o qual afirma que é preciso buscar as forças estruturais (História e relações sociais) para a interpretação adequada do coletivo, analisa-se que o comportamento cultural excludente da sociedade brasileira existe visto que essa ignora as diferenças. Sendo assim, é imprescindível a compreensão dos desafios enfrentados pelos altistas para que a inclusão aconteça.    Em outro plano, salienta-se que para Zygmunt Bauman a indiferença social está impregnada ao mundo pós-moderno, o que não é diferente no Brasil. Nesse âmbito, é observado que tal característica somada às carências de infraesturas que buscam incluir os portadores da síndrome, como planos pedagógicos, faz com que a população acredite que esses indivíduos precisam se adaptar às convenções sociais e não o contrário. Dessa forma, para que a inclusão aconteça, é preciso encontrar maneiras de subverter essa ideia.    Torna-se evidente, portanto, que a inclusão dos autistas depende de atos, tanto dos cidadãos como do Estado. Partindo de tal premissa, é de extrema importância a consolidação de uma parceria entre escolas e famílias para que sejam adotadas atividades no horário escolar que almejam desenvolver as habilidades de socialização dos alunos portadores de necessidades especiais com os demais estudantes, de modo que a inclusão comece logo no período da infância e/ou juventude. De maneira análoga, cabe ao Ministério da Saúde juntamente com a mídia expor as causas e consequências das dificuldades de socialização desse grupo marginalizado, a fim de que a população seja mobilizada a adotar atitudes inclusivas no seu cotidiano. Por fim, espera-se que, no futuro, o Brasil seja um lugar em que os direitos de participação social sejam efetivamente garantidos a tdos filhos da pátria, e isso só será possível se ambos, nação e poder, adotarem ações com objetivos em comum.