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Enviada em: 23/05/2018

No filme Forrest Gump, o protagonista, garoto portador de deficiência intelectual e comunicativa, é alvo de motejos e agressões de seus colegas de escola, ao passo que sua mãe lida com o desprezo e o escárnio da sociedade que avalia o menino com desdém. No Brasil, a conjuntura é análoga, uma vez que o preconceito está arraigado no senso comum, como ainda a inércia do poder público obsta a inserção das pessoas com tal transtorno na sociedade.    É comum que pessoas que se intitulam "normais" concebam quem sofre do Transtorno do Espectro Autista (TEA) como um indivíduo néscio, alheio. Isso se confirma no âmbito do trabalho, onde quem denota dificuldade de comunicação, externando sintomas de autismo, não apenas é repelido pelos outros, como ainda é objeto de comentários acintosos, o que se manifesta de maneira ainda mais perversa nas escolas, visto que as crianças, que não detêm o discernimento acabado, reproduzem com muito mais ímpeto o que aprendem com os pais. Esses comportamentos caracterizam frivolidade, porquanto o autismo  - diferentemente do preconceito - não embota as faculdades intelectuais, senão é um transtorno psicológico que afeta a capacidade de diálogo e interação do portador.    A integração de crianças autistas no âmbito escolar é questão premente, porque, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC), há, no Brasil, aproximadamente 2 milhões de portadores, destes 67% são juvenis. No entanto, é patente que  persiste a  indiferença por parte das autoridades, pois, não somente há graves falhas estruturais e metodológicas nos centros de ensino, como também o corpo docente capacitado para lecionar a deficientes é insuficiente, o que os impele a escolas especiais, distanciando-os dos colégios regulares, endossando o estereótipo de que autistas não progridem. Em contrapartida, vale ressaltar que indivíduos como Isaac Newton, Bill Gates, Wolfgang Mozart e Albert Einstein foram diagnosticados com deficiência comunicativa, no entanto tornaram-se insignes.    Dessarte, é impreterível que a inserção seja fomentada. Para tal é mister que o MEC destine recursos para a contratação e a qualificação de profissionais que atendam às demandas dos alunos com tal distúrbio, bem como que ofereça à população, em escolas e na TV, palestras e peças teatrais que desmistifiquem as inverdades sobre o autismo, impedindo a apreensão dos velhos preconceitos pelos pequenos, para que, na vida adulta, os casos de rejeição e desconfiança sejam superados e ponderados como uma mácula do passado.