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Enviada em: 14/05/2018

De acordo com a escritora Virgínia Woolf, ''de tudo o que existe, nada é tão estranho que as relações humanas com sua extraordinária irracionalidade", porém, para uma evolução humana é necessário a substituição de ideários antigos pelo pensamento racional e humanitário proposto pelo movimento iluminista do século XVIII. O autismo, então, é uma síndrome pouco discutida e que atinge milhares de pessoas. Logo, poder público e coletividade devem unir forças e buscar resolver esse problema social.       O autista é um cidadão que deve possuir seus direitos assegurados e estar incluso no corpo social. No entanto, o indivíduo portador de autismo é excluído socialmente devido a princípios equivocados de que pessoas com características especiais são incapazes de exercer seu papel nas questões sociopolíticas, o que gerou pouca, ou nenhuma, inclusão social ou, até mesmo, tolerância e, consequentemente, desconsideram essa síndrome um tema importante para debater e buscar alternativas de tratamentos. Prova disso, o autismo atinge cerca de dois milhões de brasileiros e somente entrou na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde em 1993. Esses dados podem ser análogos ao nazismo na Alemanha, que durante o governo de Adolf Hitler não somente os judeus, mas também as pessoas especiais - autistas- foram submetidos a tratamentos degradantes, como falta de medicamentos e assistência médica, por considerá-los de raça inferior.     Fazendo uso da sociologia baumaniana, o indivíduo vive, hoje, em um mundo volátil, o que caracterizou a obra ''Modernidade Líquida''. Essa nova modernidade tem como principal perfil o individualismo humano e, por conseguinte, a dificuldade em compreender a importância de respeitar e de garantir os direitos do cidadão à todas as pessoas. Assim, é indiscutível a necessidade do autista em possuir ajuda pública acerca de tratamentos médicos e psicológicos e, não menos importante, que o mesmo possua o seu autorreconhecimento de pertencer ao ambiente político e social através da participação da comunidade por meio de manifestações em locais públicos de forma a solicitar um maior debate na mídia, nas escolas e nos locais de trabalho sobre o autismo entre os brasileiros.       Urge, portanto, que medidas devem ser tomadas com vistas a implantar políticas de saúde pública e de inclusão social. Para tanto, além das medidas anteriormente citadas, o Ministério da Educação em parceria com ONG's deve propor programas sociais com temas educativos através das artes, como música e teatro, para pessoas com autismo e, ao mesmo tempo, informar e dar ênfase em atividades entre família, amigos e autistas visando alterar positivamente o seu humor, comportamento e comunicação. Desse modo, observada uma ação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil, se dará o enfrentamento necessário para mudar essa realidade.