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Enviada em: 15/05/2018

Desde o surgimento do capitalismo moderno, esse sendo um conceito analítico em Weber e não um fenômeno historicamente datado, que o autismo vem ganhando destaque no cenário nacional. Porém, mesmo com o avanço da civilização, a sociedade brasileira hodierna, como em uma narrativa Kafkiana, assiste perplexa aos desafios da inclusão de autistas no Brasil, visto que ainda convive com a falta de informações e a consequente descriminação aos portadores de autismo. Isso ocorre em virtude de uma ineficiência educacional em consonância com a deficiência coercitiva do Estado.     Com efeito, a mediocridade no ensino aos autistas é vetor principal para a manutenção do problema vigente, levando em consideração a indisponibilidade de recursos para o desenvolvimento educacional desse grupo. É possível constatar este fato ao notar que, na Base Nacional Comum Curricular, não estão inseridas disciplinas que versem sobre incluir grupos "especiais", como os autistas. Nesse sentido, de acordo com uma análise foucaultiana, o ensino se torna mecanicista ao invés de social.             Outrossim, mesmo a Constituição Cidadã de 1988 tendo apresentado grandes avanços sociais, a mansuetude tanto nas leis quanto na aplicação dessas, faz com que o ambiente se torne propício para a manutenção das aversões aos autistas e exclusão desses do meio social. Para Karl Marx, as condições materiais de uma estrutura social condicionam as relações entre os seus componentes. Desta forma, o arcabouço de dispositivos legais vigentes deve nortear os atores sociais em busca de um convívio harmônico.      Associando, portanto, a ineficiência educacional e a deficiência coercitiva do Estado, tem-se o problema da inclusão de autistas no Brasil. Assim, torna-se imperativo que o Estado, por intermédio do seu poder bicameral legislativo, crie uma lei que obrigue as instituições sociais a estarem aptas para o acolhimento dos portadores, com o fito de potencializar a sua integração no meio. Ademais, urge que as ONG's, em sua função social, promovam campanhas educativas, por meio de palestras em instituições públicas, privadas e nas redes sociais, visando conscientizar a população acerca das dificuldades enfrentadas devido ao autismo. Sob tal perspectiva, criar-se-á um ambiente favorável para promoção da dignidade da pessoa humana.