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Enviada em: 22/05/2018

Os espectros do humano       Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 1 em cada 160 crianças apresenta autismo, isso é mais que câncer pediátrico, diabetes infantil e aids somados. A desatualização da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10) no que se refere às doenças de maneira geral e, em especial, nos diagnósticos dos autismos, além, claro, do preconceito que a falta de informação gera e uma sociedade brasileira mesmo em constante mudança não consegue de forma efetiva a inclusão e o respeito a essa condição humana são os principais desafios.       Em primeira análise, as pessoas com autismo são cada vez mais comuns na sociedade e tal informação deveria ser suficiente para que mais rapidamente ocorressem as atualizações da CID-10. Uma vez que o diagnóstico precoce acontece, isso possibilita uma inclusão mais eficaz lançando mão de terapias comportamentais, por exemplo, que podem favorecer tanto os autistas quanto normatípicos (seres humanos considerados normais).       Além disso, o aprofundamento no mundo azul revela que a condição do autismo não é individual, já que todos ao em torno são atingidos e necessitam de uma esfera social que compreenda a dinâmica que esse quadro exige. Normalmente, os pais ficam com os pensamentos conturbados com os receios que acercam a vida dos filhos embora, quando essas crianças são autistas a maior preocupação deles é quem vai cuidar delas quando eles não puderem mais. Sendo assim, a busca familiar é por mais autonomia e inclusão possível para os autistas.       Logo, os desafios pela busca de inclusão dos autistas no Brasil são enormes, porém os ativistas pela causa têm ganhado algumas batalhas como a Lei 12764. Assim, a urgência na atualização da CID-10 com o objetivo de diagnosticar precocemente a criança nessa condição e fomentar um cuidado multiprofissional público e de qualidade para proporcionar aos envolvidos uma assistência digna e só sendo possível por meio dos Ministérios da Saúde e Educação com concursos para aumentar o quadro dos profissionais e capacitação dos já atuantes.Ademais, a compreensão da sociedade sobre os espectros autistas não deveria ser diferente sobre os normatípicos porque, de alguma maneira, todos são únicos com limitações e especialidades, ao ponto que apresentar personagens não estereotipados em filmes e telenovelas ajudam a colocar essa questão em debate.