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Enviada em: 27/05/2018

Na obra "Olhe nos meus olhos", o autor John Elder Robinson retrata sobre sua vida ao mostrar as dificuldades de ser autista no Brasil durante os anos 70, quando ainda não se tinha diagnóstico para a síndrome, assim, acaba tendo que aprender sozinho a se adaptar as exigências da sociedade em um período onde a inclusão de pessoas fora dos padrões de normalidade impostos era raro. Hoje, mesmo após os avanços dos direitos desses cidadãos, os desafios para a inclusão dos autistas dentro da sociedade ainda se mostram notáveis.    Ao analisar por um prisma histórico, verifica-se que a descoberta do autismo é relativamente recente, onde apenas na década de 40, com os estudos dos psiquiatras austríacos Leo Kanner e Hans Asperger, houve a primeira descrição de casos e sintomas, o que ajudou no conhecimento e na evolução das pesquisas sobre essa síndrome que atinge cerca de 70 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, mesmo com a constituição federal assegurando a todos o direito de bem-estar e dignidade, a falta de conhecimento em relação ao tema, em conjunto com o preconceito, torna difícil a inclusão da população autista em todas as esferas sociais, assim, prejudicando a qualidade de vida desses cidadãos.     Por conseguinte, é indubitável que as chagas da atualidade é a falta de preparo da sociedade para lidar com a população autista, causada pela estrutura excludente da sociedade brasileira, no qual o indivíduo que não se encaixa nos padrões de normalidade estabelecidos acaba sendo sujeito a exclusão social. Ademais, as medidas de inclusão por parte do estado são recentes, onde apenas nessa década se deu o primeiro passo para a criação de uma política nacional relacionada a esse tema, com isso, ainda não se tem medidas adequadas de inserção desses cidadãos dentro dos ambientes escolares e de trabalho. Como dizia Immanuel Kant, ''É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade", logo, é vital que se foque nela para resolver essa questão.     Portanto, cabe ao governo investir no setor educacional como forma de mudar de mudar o panorama vigente. Para isso, deve-se criar um projeto escolar que procure melhorar a inclusão de pessoas autistas no ambiente escolar, com a contratação de profissionais qualificados e medidas que busquem integrá-los socialmente e aumentar suas chances no futuro dentro do mercado de trabalho. Outrossim, é essencial que as mídias de comunicação, em conjunto com os órgãos governamentais, informem a população sobre o que é autismo, os tratamentos aconselhados e o preconceito que eles sofrem, para assim, diminuir a estrutura social excludente que vigora no país e afeta esses cidadãos.