Enviada em: 22/05/2018

Semelhança desigual       A série Atypical trouxe à maioria dos adolescentes brasileiros - grandes consumidores desse tipo de produção - a história de um jovem que vive no espectro. Os obstáculos diários de Sam tornam a vida do personagem compreensível ao serem mostrados de perto, gerando na maioria dos telespectadores compaixão e empatia. Entretanto, tais dificuldades não se encontram apenas em aspectos fictícios: estima-se, hoje, que 1 em cada 100 pessoas possuem autismo no mundo, 1 em cada 100 que sofrem diariamente pela falta de apoio educacional, informacional e político.   Primeiramente, deve-se destacar, no Brasil, a falta de recursos educacionais aos deficientes em geral. Todavia, segundo Aristóteles, é necessário tratar os iguais em sua igualdade e os desiguais na medida de sua desigualdade. Portanto, a inclusão de alunos autistas nas escolas, principalmente públicas, tem por palco principal o ajuste à suas necessidades cognitivas, uma vez que profissionais da áreas não recebem treinamento adequado e não existem turmas especiais suficientes.       Ademais, como uma doença nova - catalogada pela OMS em 1993 -, não há grande produção informacional acerca dessa, o que atrasa a evolução dos tratamentos. Além disso, não há efetividade na aplicação da Lei nº 12.764, a qual garante acesso aos recursos hospitalares e acompanhamento profissional para os portadores.       Em suma, é necessária a adequação do sistema aos autistas. Sendo assim, o Ministério da Educação deve exigir de seus educadores o treinamento específico para lidar com a doença e seus diversos graus, além de abrir novas turmas especiais para aqueles que apresentam maior dificuldade. Ainda, o Ministério de Pesquisa e Desenvolvimento e o da Saúde devem, a partir da Receita Federal, aplicar capital em pesquisas e experimentos sobre a doença, além de realizarem palestras nas escolas acerca do espectro. De tal maneira, poderemos ver enfim um final feliz na equidade, não só ao Sam, como à todos os seus semelhantes desiguais.