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Enviada em: 22/05/2018

Síndrome caracterizada por dificultar o estabelecimento de comunicação e por afetar o comportamento do indivíduo, o autismo é um transtorno psicológico cada vez mais comum na população. Sob esse prisma, é prudente salientar que o diagnóstico tardio, a inadequação de grande parte das escolas e os entraves no sistema de saúde pública se configuram como significativos desafios para a inclusão de autistas na sociedade brasileira.       Nesse viés, cabe discutir sobre a forte evidência desse transtorno psicológico no Brasil e as graves consequências decorrentes do diagnóstico tardio. Com efeito, segundo dados da Revista Autismo, cerca de 2 milhões de brasileiros apresentam transtornos do espectro autista. Tal dado comprova, portanto, que essa doença se torna cada vez mais comum no país e esse destaque é reflexo, principalmente, da demora em diagnosticar os casos e iniciar o tratamento adequado, cujos efeitos - a exemplo de atraso na fala e dificuldade para estabelecer vínculos sociais - podem, lamentavelmente, perdurar pelo resto da vida, de acordo com médicos e psiquiatras.      Ainda convém acrescentar a inadequação de grande parte das escolas e as falhas no sistema público de saúde como formas de reforçar os desafios para inclusão de autistas nos espaços sociais. De fato, muitas instituições de ensino não são devidamente preparadas para atender às necessidades de crianças e jovens com esse tipo de transtorno, na medida em que focam apenas em medidas facilitadoras e não investem em mudanças mais inclusivas, tais como atividades pedagógicas diferenciadas - trata-se, pois, de uma "violência simbólica", ao limitar o desenvolvimento socioeducativo de alguns indivíduos. Ademais, deve-se salientar que a falta de preparo de alguns profissionais da saúde pública e a carência por espaços aptos à realização de terapias se caracterizam como uma afronta às normas previstas pela Lei número 12764 de 2012.        Frente a esse dilema, urge, por conseguinte, a atuação do Ministério da Educação relativamente a uma reestruturação nas diretrizes de ensino e nos espaços físicos da escolas, por meio da elaboração de propostas pedagógicas voltadas a incluis os autistas e atender as suas necessidades de aprendizagem, como também por intermédio da construção de salas mais adequadas a receber todos os alunos, com o objetivo de melhorar a formação educacional de crianças e jovens com transtornos do espectro autistas e permitir sua inclusão. Além disso, é crucial a efetivação da Lei 12764 referente às Políticas de proteção aos direitos das pessoas com autismo, por meio da ampliação nos processos de diagnóstico e tratamento, a fim de garantir uma vida de qualidade para todos os cidadãos, sem nenhuma distinção.