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Enviada em: 23/05/2018

“Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Nessa frase, Aristóteles deixou claro que as pessoas devem ser tratadas de acordo com suas necessidades pessoais. Diante disso, é impossível não relacioná-la com a situação atual dos autistas no Brasil que, apesar de ter evoluído muito nesse aspecto, ainda apresenta algumas falhas na saúde e em instituições educacionais.    Sabe-se que o diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar são os fatores principais no bom desenvolvimento do indivíduo autista. De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, as deficiências nos processos de aprendizagem e socialização podem ser reduzidas quando o diagnóstico é feito na primeira infância, seguido do início imediato de tratamento multidisciplinar. A falta de profissionais da saúde capacitados leva a população que possui a doença ao risco, indo de encontro às diretrizes do Sistema Único de Saúde, que visa prover prevenção e tratamentos para todos, uma vez que a saúde é, além de um direito humano, um direito constitucional.      Além disso, é evidente que instituições públicas educacionais não têm profissionais capacitados para lidar com alunos autistas. Diante do seu papel social e educativo, as escolas devem estar preparadas para lidar com alunos que possuem doenças do desenvolvimento, como o autismo. Entretanto, a maior parte dos profissionais dessas instituições não está apta a lidar com essas crianças que, devido à isso, não desenvolvem suas habilidades como um todo. Dessa forma, os responsáveis pela criança acabam por preferir uma escola especial, que promove a socialização entre seus pares. Porém, instituições especiais não promovem a inclusão social e o desenvolvimento das habilidades sociais como um todo, além de não serem amplamente acessíveis.    Por conseguinte, é fato que a dificuldade na inclusão das pessoas autistas é, em sua maioria, advinda da falha no diagnóstico precoce e das instituições educacionais. Os diversos setores de saúde, além de compor uma equipe multidisciplinar, devem realizar exames e orientações para que problemas no desenvolvimento sejam diagnosticados e o tratamento multidisciplinar iniciado de imediato. O Ministério da Educação (MEC) deve realizar, nas instituições educacionais, cursos de atualização periodicamente, a fim de dar aos professores e funcionários suporte para que possa lidar com crianças autistas. Dessa forma, poderemos adotar a ideia exposta por Aristóteles.