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Enviada em: 23/05/2018

Segundo Karl Marx, "não é a consciência do homem que determina o ser, mas, ao contrário, o ser social determina a consciência.” Tal pensamento é atrelado ao fato de o autismo ser visto como uma condição que determina as ações do cidadão que porta o distúrbio. É observado, nesse âmbito, que os autistas são excluídos da vida em sociedade, devido à falta de investimentos adequados e ao não cumprimento de políticas públicas referentes à inclusão educacional dos indivíduos.              Em primeira análise, um dos impedimentos para a inclusão de pessoas com autismo no Brasil é o desvio de verbas designadas à formação educacional dos cidadãos. Nesse aspecto, o baixo investimento em escolas e faculdades inviabiliza o ingresso de indivíduos em cursos adaptados para receber alunos portadores de deficiência. Com isso, o número de profissionais autistas torna-se quantitativamente limitado, além de interferir em seu papel político na construção histórico-sociológica da nação.              Importa considerar também que, embora criada pelo Ministério da Educação, a legislação para a inclusão de pessoas com autismo nas instituições de ensino não é efetivada no país. Por esse ângulo, ainda há resistência de educadores, de forma geral, em aceitar a possibilidade do autista estudar no ensino regular com ou sem acompanhamento. Desse modo, os portadores dessa necessidade especial tornam-se banalizados, sendo gradualmente excluídos da vida em sociedade.              É evidente, portanto, que há desafios para a plena inclusão dos pessoas com autismo no Brasil. Dessa maneira, é preciso que o Estado brasileiro promova a fiscalização constante das instituições públicas e privadas, de modo que o Poder Judiciário garanta o pleno exercício da legislação nacional, para que seja assegurada a liberdade educacional aos cidadãos autistas. É imprescindível, também, que as escolas e as universidades prezem pela inclusão igualitária de todos os indivíduos, por intermédio de projetos e atividades lúdicas, com a participação de familiares, a fim de que os portadores dessa necessidade especial sejam valorizados como parte da população brasileira.