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Enviada em: 23/05/2018

Invisíveis a olho indeferente    Na Constituição Federal Brasileira de 1988 está assegurado para a população direitos básicos como saúde para todos os cidadãos, assim como assistência para aqueles portadores de necessidades especiais. Entretanto, a população autista, que compõe um grande número de brasileiros, não é inserida plenamente na sociedade, o que gera a invisibilidade social do grupo. Tal problemática deve ser analisada em conjunto com a ineficiência do governo em assegurar seus direitos e em uma sociedade individualista preconceituosa.       Em primeiro plano, é necessário observar como o Estado brasileiro perpetua a exclusão de pessoas com autismo. Embora garantidos por lei, a saúde pública do país não é totalmente eficiente, o que faz com que o diagnóstico do autismo feito pelo SUS e o acompanhamento necessário com portadores do autismo seja dificultado pela demora de consultas, situação que é agravada em áreas mais pobres do país, onde até mesmo o acesso a unidades públicas se torna difícil. Ademais, professores da rede pública de todo o país não são instruídos e não recebem suporte pelo o governo para que possam atender a demanda de crianças e jovens autistas nas salas de aula, que muitas vezes necessitam de cuidados e atenção específicas, dado que a doença se apresenta de forma diferente em cada indivíduo, o que comprova não assistência do governo em relação aos mesmos.       Sob outra ótica, é possível perceber que o preconceito enraizado na sociedade se faz um obstáculo para a inclusão de autistas no Brasil. Para Albert Eisten, seria mais fácil a desintegração de um átomo, partícula elementar da matéria do que acabar com o preconceito.Tal análise se comprova a partir da percepção da exclusão de portadores de autismo que se dá em diferentes locais, como no mercado de trabalho, em ambientes sociais e até mesmo familiar, com pessoas sendo discriminadas e vistas como incapazes e não como seres sociais assim como todos os outros, uma vez que a diferenças muitas vezes não são respeitadas. Tal fato pode agravar problemas de socialização que são características do autismo e na sua inserção como cidadão, o que da continuidade para a marginalização do grupo.        Urge, portanto, uma necessidade de se reconhecer de que a população autista não recebe voz e inclusão devida, fatos que são corroborados pelo Estado e a sociedade brasileira. Nesse cenário, cabe às escolas, por meio de peças teatrais, previstas na nova Base Nacional Comum Curricular, trabalhar a problemática com seriedade, com a criação de enredos que abordem a temática da inserção de autistas dentro do grupo social, com objetivo de conscientização da comunidade escolar e o aumento do debate desde a infância contra o preconceito.