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Enviada em: 24/05/2018

Do papel para realidade      No limiar do século XXI, no bojo da evolução nos direitos humanos, o respeito aos portadores de autismo representa um avanço na valorização da diversidade humana. De um lado, pessoas com essa síndrome devem ser vistas como facetas desse mosaico de diferenças entre indivíduos, e apresentam particularidades como qualquer outro. Ao longo da última década, o movimento de inclusão desse grupo social ganhou importância no Brasil, repercutindo em avanços sociais para todos.        O autismo é uma síndrome que atinge a comunicação e influência no comportamento do indivíduo. Nesse sentido, estima-se que cerca de 2 milhões de brasileiros tenham essa síndrome, e no mundo são 70 milhões. Esses números apontam para a necessidade da universalização de políticas sociais e o respeito às diversidades, sejam elas o autismo ou qualquer outra natureza. Essa visão, no entanto, não tem se materializado num mundo que busca cada vez mais homogeneizar comportamentos e segregar o diferente.          Em dezembro de 2012, os direitos dos portadores de autismo foram inseridos na Carta Magna, por uma lei que institui de forma abrangente e transversal. Do desenvolvimento de políticas para o atendimento especializado para essa síndrome, passando pela integração a vida comunitária, além de o acesso a medicamentos e nutrientes. Porém, contrariando esses avanços, os espaços públicos são excludentes, a falta de informação gera uma construção de um sistema pautado na exclusão, que pouco valoriza a autonomia e a dignidade enquanto a direitos. Portanto, medidas são necessárias para resolver esse impasse.           Parafraseando Paulo Mota, especialista em programas de inclusão social, apenas leis não bastam. Partindo dessa verdade, faz-se necessário vencer as barreiras existentes no meio como fator limitador para a plena inclusão dos portadores de autismo. Isso só será viável, se associada a lei, o Estado produza as políticas públicas baseadas na perspectivas que autismo não é defeito garantindo sua participação no meio social. Além disso, a Mídia, com seu papel influenciador, deve disseminar a ideia que um autista também pode ser protagonista, e em conjunto com a Sociedade deve incluí-lo e lhe dar igualdade de oportunidade e acessibilidade, não importando sua condição. Somente assim, com ações que saiam do papel e se tornem realidade esse estigma social será minimizado.