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Enviada em: 25/05/2018

Luz, câmera, inserção      "Todos são iguais, têm os mesmos direitos e não devem sofrer distinção alguma", é o que garante os Direitos Humanos. Na prática, há uma notável distância entre esse roteiro e o cenário habitual. Indivíduos autistas que não conseguem se encaixar numa sociedade segregacionista, é algo comum; o que se deve a fatores como falhas de formação informacional dos cidadãos e um crescente individualismo social.      Ainda que o autismo atinja grande parte dos brasileiros, não é uma doença muito abordada. É verdade que vivemos em um país democrático, o que deveria garantir mesma oportunidade a todos; e que as empresas e instituições admitem pessoas com condições especiais, porém o baixo volume informativo a respeito desse transtorno implica em falhas inclusivas. É fundamental conhecer e compreender o assunto a fim de tornar o meio adaptado às necessidades desses cidadãos.       Durkheim, na sua teoria do Fato Social, diz que a sociedade determina um molde para o indivíduo, e tudo o que foge a esse padrão é passível de estranhamento e repulsão. Isso mostra que estamos habituados a estabelecer protótipos a partir do "eu". Assim, surgem os preconceitos e defeitos na construção dos valores morais. O "olhar para si" vai tornando-se maior que o "entender o outro", e o respeito, perdendo seu espaço. É importante que as mídias disseminem valores que estimulem a visão coletiva em detrimento da individual, que saiba enxergar as diferenças, sem julgar, e auxiliar.      Ficam claras, portanto, diversas barreiras sociais que a pessoa autista enfrenta na tentativa de viver aquilo que é direito dela por lei. A fim de que tal realidade mude, é necessário que o Ministério da Saúde, em parceria com empresas midiáticas, crie e aumente o fluxo de circulação de campanhas publicitárias que busquem tornar a doença mais conhecida, seus sintomas e procedimentos. Além disso, as instituições de ensino, como formadoras de valores morais e éticos, devem instigar a relevância da inclusão social baseada no respeito e compreensão das diferenças individuais. Por fim, ONG's, voltadas a essa causa, devem auxiliar na formação dos cidadãos para uma melhor inserção do autista na sociedade, por meio de eventos que busquem a interação com o público. Somente assim será possível haver uma coerência entre o roteiro e a cena dentro deste estúdio chamado Brasil.