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Enviada em: 25/05/2018

Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Este contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um profundo escárnio.'' O excerto do romance ''Memórias Póstumas de Brás Cubas'' evidencia um narrador profundamente depreciador da condição física da personagem Eugênia. Fora do parâmetro ficcional, os vestígios que sustentam uma cultura homogênea são revigorados, o que resulta na inclusão deficitária dos portadores de autismo. Nessa perspectiva, é crucial alterar esse paradigma intolerante, a fim de conquistar uma visibilidade mais significativa desses indivíduos no contexto educacional.         Em primeira instância, é perceptível o continuísmo substancial de uma atmosfera neglicenciadora do autismo no país. Os estereótipos errôneos que fazem menção à invalidez e inferioridade dos autistas ratificam uma comunidade escolar não adepta aos valores inclusivistas. Nesse âmbito, ocorre uma segregação deturpada dos mesmos. Por conseguinte, verifica-se um segmento escolar incipiente tangente à promoção de um local de aprendizagem pleno e dimensionador da heterogeneidade potencialmente verificada.       Outrossim, a problemática da formação educacional dos autistas encontra subterfúgios no viés tradicionalista erguido na gênese da sociedade brasileira. À época colonial, era comum a morte de crianças que não desfrutavam de uma característica substancial, nessa óptica, os portadores de algum tipo de síndrome ou doença eram visto como inferiores pela sociedade. Embora o intervalo temporal seja significativo, a formação desses indivíduos ainda carece de uma força externa atuante, visto que permanece em quase estágio inercial. Dessarte, é basilar a mudança da mentalidade retrógrada imperante no território brasileiro, visando à concretização de um círculo educacional inovador.                      Portanto, constata-se que a inserção completa dos autistas no Brasil cerceia uma definição democrática da atmosfera educacional. Para reverter esse quadro alarmante, é imprescindível que o Ministério da Criança e da Juventude, em parceria com o Ministério da Educação, promova debates, seminários e palestras nas instituições escolares ministrados por psicólogos e psicopedagogos, a fim de desvincular os estudantes da faceta desonrosa discriminatória e intolerante destilada aos portadores de autismo. Assim sendo, poder-se-á verificar a aplicação efetiva de valores morais e empáticos inerentes à construção de um cenário reconhecedor da relevância inclusivista.