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Enviada em: 26/05/2018

Embora a lei 12764 de 27 de dezembro de 2012 reconheça os direitos das pessoas portadoras de autismo e represente um avanço na legislação, na prática, eles não são efetivados. Nesse sentido, elas enfrentam inúmeros desafios, sobretudo quanto à sua inclusão social. Sob tal ótica, dois fatores precisam ser levados em consideração no que tange ao problema: a falta de informações sobre o assunto e o preconceito da população brasileira.            Em uma primeira análise, é válido salientar que ao ser incorporado como uma doença em 1993, houve uma expectativa por parte da comunidade de uma melhora no diagnóstico e tratamento do autismo. Contudo, hodiernamente, as informações acerca do transtorno ainda são vagas, tanto pela sociedade civil quanto no campo científico, e isso prejudica diretamente o desenvolvimento social da criança, haja vista que sua descoberta tardia gera um agravamento nas deficiências. É inegável a necessidade de uma maior atuação por parte dos governantes para a resolução do impasse.       Outro aspecto a ser considerado representa a dificuldade de inserção social dos autistas, principalmente devido à visão segregacionista de pessoas "normais" como, por exemplo, a não aceitação de muitos pais do convívio de seus filhos com os deficientes, principalmente no ambiente escolar. No entanto, segundo a psicóloga Joana Portolese é necessário que as pessoas conheçam o autismo para lidarem com ele. Dessa forma, é preciso um maior convivência com a alteridade, principalmente nas escolas, para que a mentalidade retrógrada da doença seja desconstruída.        A fim de se reverter esse cenário preocupante, portanto, é pertinente a atuação do Poder Executivo, juntamente com a Escola e a Mídia, no aprimoramento da lei através do investimento em pesquisas e suportes, contando com iniciativas privadas, que preparem os profissionais durante a formação médica para uma melhor forma de tratamento e diagnóstico da doença no intuito de que possam atender a demanda autista brasileira e também preparar os pais para a identificação do problema. Soma-se a isso, a criação de campanhas e palestras difundidas nas escolas e na Internet contendo informações sobre o comportamento das pessoas com a síndrome para conscientizar os pais sobre a importância do contato com a alteridade para a promoção do bem estar desses indivíduos e desconstruir o preconceito  presente na sociedade. Espera-se que, assim, eles possam ser incluídos socialmente e tenham seus direitos assegurados.