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Enviada em: 27/05/2018

No filme "À sombra do piano" relata os desafios enfrentados pela irmã de uma autista para incluí-la na sociedade, mas a própria mãe não permite por ser "superprotetora". Fora do campo artístico, observa-se que analogamente a posição do filme as dificuldades para inserção social dos autistas são reverberadas na realidade. Nessa perspectiva, cade discutir os desafios da inclusão das pessoas com autismo no Brasil no âmbito da educação e do mercado de trabalho.       É importante, antes de tudo, salientar as dificuldades de inserção dos indivíduos autistas nas escolas brasileiras. Isso porque, é propagado a ideia na sociedade do corpo ideal e os que fogem do padrão estão "desenquadrados". Dessa forma, muitas escolas podem ser coniventes com a padronização social e assim, agir de forma preconceituosa contra as pessoas com autismo ao não aceitá-los na instituição. Infelizmente, isso acontece por não seguirem a teoria do filósofo Michel Foucalt, o qual afirma que o corpo é uma realidade bio-política, ou seja, deve atuar com subjetividade. Tal exemplo de preconceito pode ser observado, analogamente à situação dos autistas, na animação "Cordas" que narra a amizade entre Maria e seu colega de classe, vítima de paralisia cerebral, o qual tenta fazê-lo se divertir junto a ela, mas a única ideia de felicidade para ele é a saída dessa condição.        Convém pontuar, também, que há exclusão das pessoas com autismo no mercado de trabalho no Brasil. Isso acontece porque, o Estado é inoperante na garantia da Constituição Cidadã para todos, logo muitos autistas são postos na condição de "incapaz", pela falta de ação governamental para a inclusão deles no sistema de trabalho. Desse modo, o preconceito continua a ser propagado na sociedade, em que é criada a ideia de pessoas com síndrome não poderem assumir cargos no cenário econômico. Essa situação pode ser analisada, a partir da baixa participação social dos indivíduos com autismo, a partir dos dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, em 2016, a cada 10 autistas, 2 participam ativamente no mercado.       Ressalta-se, portanto, que há necessidade de inclusão das pessoas com autismo na sociedade brasileira. Para isso, é fundamental que o MEC crie políticas públicas em prol da inserção dos autistas na escola, por meio da preparação dos professores para atender esses alunos e extinguir o preconceito com inclusão. Como também, em parceria com ONGs, promover palestras nas comunidades com objetivo de levar conhecimento sobre a síndrome. Ademais, deve haver a exigência pelo Ministério do Trabalho às empresas em garantir uma quantidade mínima de pessoas com autismo no trabalho e penalizar com multas às que não adotarem a medida. Assim, todo esse envolvimento servirá para a construção de uma sociedade mais inclusa, sem precisar do esforço como no filme para consegui-la.