Enviada em: 13/10/2017

A invenção da imprensa por Gutenberg no século XV foi considerada uma verdadeira revolução no campo da escrita e da leitura, uma vez que a tradução do latim proporcionou a livre interpretação da bíblia, impactando positivamente a Reforma Protestante nesse período. Hoje, no entanto, a internet, a mídia, os jornais e as rádios são os principais responsáveis pela circulação de informação no Brasil, ampliando o poder individual de discernir e transmitir idéias. Nessa perspectiva, a liberdade de expressão é uma conquista da sociedade, porém quando esse progresso é utilizado para disseminar discurso de ódio e alienar pessoas é, de fato, uma violação dos direitos inerente ao homem.      Em primeiro plano, é importante entender como a intolerância utiliza a liberdade de expressão para ofender de forma moral o indivíduo. De certo, expor qualquer tipo de opinião não é um direito constitucional, ou seja, ofensas de cunho racial, regional, sexual, entre outras, são punidas pela legislação brasileira. Entretanto, sabe-se que o preconceito é notado a todo momento, principalmente, nas redes sociais, em que agressões como o racismo e a homofobia são erroneamente confundidas com liberdade de expressão. Consequentemente, a não aceitação das diferenças entre indivíduos na sociedade aumenta o discurso de ódio e, sem dúvidas, a violência.      Somado a essa questão, a transmissão de informações pela imprensa brasileira possui um caráter tutelado, ou seja, existe um processo de alienação social. Após a Ditadura Militar e o fim da censura, os meios de comunicação, principalmente midiáticos, tornaram o principal mecanismo de obtenção informativa e cultural da população. Contudo, apesar do fim do regime militar, a imprensa continua sendo dirigida por forças políticas, o que impossibilita o pleno exercício do senso crítico individual, além de fomentar a criação de doutrinas ideológicas e partidárias no país. Desse modo, a liberdade de expressão midiática torna-se abusiva, sendo o público de baixa renda maiores vítimas dessa alienação.       A liberdade de expressão, portanto, é um progresso social, porém algumas medidas necessitam ser implementadas para que seu pleno exercício seja garantido à toda população brasileira. Primeiramente, é necessário uma luta mais engajada no combate à intolerância, para isso o Ministério da Educação deveria estipular que todas as escolas aprofundem mais em temáticas sociais, especializando professores de sociologia com cursos de capacitação e aumentando a importância das feiras educativas por meio de competições entre as escolas e premiações aos melhores colocados. Além disso, o Poder Legislativo deveria garantir uma imprensa livre à população, para isso seria necessário modificar alguns aspectos na constituição, por meio de leis que proíbam políticos de induzirem pensamentos partidários veiculados midiaticamente.