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Enviada em: 21/08/2018

"Inteligência é a habilidade da espécies para viver em harmonia com o meio ambiente". Sob tal ótica, é válido relacionar a frase de Paul Atson - cofundador do "Greenpeace"- com a necessidade mundial de instaurar-se uma mobilidade urbana menos destrutiva aos ecossistemas. Não obstante, observa-se desafios em detrimento dessa questão e, nesse contexto, é oportuno salientar como um legado histórico-cultural aliado à falta de incentivo governamental são fatores corroborativos nessa problemática, configurando um grave problema social.       Mormente, o governo de Juscelino Kubitschek iniciou uma ampla e exclusiva construção das malhas rodoviárias, o que justifica a sua predominância no Brasil. Sem embargo, é indubitável que essa hegemonia é extremamente prejudicial ao meio ambiente. Somente no ano de 2010 a emissão de dióxido de carbono por veículos chegou a 74,5 megatoneladas, consoante pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ademais, tem-se ainda que, com o advento do capitalismo, criou-se uma cultura consumista nas sociedade, em que possuir um automóvel é sinônimo de prestígio social, o que dificulta a adesão de outros meios de transporte, como bicicletas, por grande parcela da população.       Em paralelo, a falta de estímulo e investimento em modais públicos e na infraestrutura cicloviária são aspectos determinantes. É crucial que os cidadãos optem pelos meios coletivos ao invés dos carros individuais, como forma de diminuir a emissão de gases poluentes. Todavia, a circunstância dos veículos é um impasse, posto que, além da péssima infraestrutura de grande parte da frota, as tarifas permanecem em ascendência. Outrossim, a ausência de ciclovias e bicicletários é um desafio expressivo no que tange à mobilidade urbana sustentável, uma vez que além de torná-la mais eficiente, reduzindo o trânsito caótico dos grandes centros, as bicicletas possuem, ainda, irradiação zero de qualquer gás estufa, tornando-se uma imprescindível aliada nessa questão.       Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver os obstáculos da mobilidade urbana de baixo impacto ambiental. É imperioso que os Governos Municipais cobrem e fiscalizem as empresas contratadas, visando assegurar a qualidade dos serviços e, consequentemente, dar motivo para a população optar pelos transportes coletivos. Cabe, ainda, ao Governo Federal e à União realizarem investimentos em ciclovias e bicicletários, por meio de iniciativas como o "Bike Itaú", por exemplo, além da mídia realizar campanhas acerca da motilidade urbana sustentável, a fim de deter a degradação ecossistêmica. Destarte, poder-se-á viver em um mundo idealizado à perspectiva de Paul Atson.