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Enviada em: 10/04/2019

"Governar é construir estradas". Frase atribuída ao Governo de Juscelino Kubitschek (JK), o qual implementou e super valorizou o rodoviarismo no Brasil. Na contemporaneidade, a mobilidade urbana é um desafio a ser enfrentado, visto que o sistema rodoviário ainda predomina sobre todos os outros modais existentes, mormente os de baixo impacto ambiental. Dessa forma, é necessário avaliar os efeitos desse cenário, que prejudicam a qualidade do ar, para, então, solucioná-los.     De início, cabe salientar que a continuidade do automóvel tradicional é uma das causas para o tímido crescimento do transporte sustentável. De acordo com o jornal online G1, a venda de carros elétricos e híbridos, no Brasil, representa apenas 0,16% do total de veículos comercializados de janeiro a maio em 2018. Logo, os dados corroboram a baixa adesão da sociedade em buscar os chamados "carros verdes", que produzem menos ou nenhum gás poluidor da atmosfera. Ademais, o grande apreso da sociedade em relação aos veículos à combustão, também, expressa o quanto os brasileiros são dependentes dos combustíveis fósseis, que ao serem queimados liberam gases poluentes -como o gás carbônico e o gás metano- os quais acentuam o efeito estufa, a chuva ácida e diversas mudanças climáticas. Assim, enquanto a mentalidade social não for alterada, a mobilidade urbana ainda será responsável pela poluição atmosférica.    É notório, ainda, a persistência da falta de investimentos públicos em transportes alternativos, cujo objetivo é o baixo impacto ambiental. Observa-se, como uma das heranças do Governo de JK, o sub aproveitamento e a precarização do sistema ferroviário e hidroviário, em virtude de sua acentuada política rodoviarista. Por conseguinte, as ações e os ideais do governo permanecem os mesmos, em pleno século XXI, dado que a malha ferroviária continua em segundo plano e sucateada, e as hidrovias, cada vez mais, poluídas e inviabilizadas. Além disso, a ausência de políticas específicas para aumentar a oferta de outros transportes sustentáveis - metrôs, ciclovias e as barcas- têm consolidado a visão de que o automóvel é o único meio de deslocamento benéfico. Destarte, é evidente que a inércia governamental impossibilita, ainda mais, a preservação do meio ambiente.    Fica claro, portanto, que a mobilidade urbana requer ações efetivas para ser melhorada e sustentável. Nesse sentido, o Governo Federal deve investir no aperfeiçoamento do transporte intermodal, por meio do Ministério do Turismo, com a promoção de incentivos fiscais para indústrias dos carros elétricos e visando manter os seus preços no padrão dos carros populares, além de realizar uma parceria público- privada, com a prioridade de investir nos transportes sobre trilhos e na ampliação das ciclovias em todos os bairros. Espera-se, com isso, garantir uma integração nacional e pró-natureza.