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Enviada em: 02/08/2019

A mobilidade sustentável nas áreas urbanas é uma questão problemática para a maioria dos países, pois há diversos fatores que dificultam a prática dessa realidade: o intenso tráfego terrestre, a emissão de gases poluentes e a alta concentração demográfica são os principais exemplos. Dessa forma, a inserção de meios de transporte mais ecológicos e que reduzem efetivamente os impactos ambientais - como as bicicletas e as próprias caminhadas -  ainda é, e continuará sendo, inviável enquanto a realidade de negligências praticadas pelo Estado e pelo povo for perpetuada.   Em primeiro plano, o setor público deve assegurar e promover a preservação ambiental em todo o território nacional, de forma a conservar a biodiversidade local. Porém, as metrópoles e os centros conurbados são diariamente negligenciados pela falta de políticas públicas eficientes para exercício de tal dever, assegurado pelo artigo 225 da Constituição. Medidas como a ampliação da malha de ciclovias ou o incentivo ao uso do transporte público para a redução dos carros circulando causariam um enorme efeito positivo, visto que ocorreria a consequente diminuição de emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono. Contudo, as autoridades não investem massivamente nesse tipo de projeto e perpetuam a existência de uma realidade poluente e alarmante. Logo, um dos principais desafios da mobilidade urbana de baixo impacto ambiental está diretamente relacionado à ineficiência do Estado.   Além disso, o povo é outro responsável por esses obstáculos enfrentados pelo transporte alternativo. Fatores como a falta de conscientização ecológica da população (já enraizada na cultura brasileira por não ser instigada desde cedo na educação) sobre a poluição causada pela enorme quantidade de carros na rua, juntam-se ao crescente poder aquisitivo da classe média - que troca de automóvel a cada 1,7 ano em média, de acordo com a pesquisa Connect Car Industry Report 2014 - e corroboram para a perpetuação da dificuldade de implantar novos sistemas de mobilidade menos agressivos. Assim, torna-se visível que as questões culturais e econômicas brasileiras influenciam no rumo dessas novas opções de transporte e, acima de tudo, da natureza.   Dessarte, medidas que visam amenizar os desafios da mobilidade urbana ecologicamente aceita são necessárias. Para tal, o Ministério do Meio Ambiente, em conjunto com o Ministério da Economia, deve promover uma política de aumento de impostos sob combustíveis fósseis, por meio da super taxação tributária nesses para o consumidor final, de forma a reduzir o consumo desse produto e incentivar o povo a utilizar o transporte público e/ou outros de baixo impacto ambiental. Essa medida propõe, a longo prazo, a diminuição expressiva do número de carros na rua em oposição ao aumento de bicicletas e pessoas caminhando, o que configura um cenário muito mais ecológico e consciente.