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Enviada em: 09/04/2017

Não é novidade a crítica situação ambiental pela qual o mundo atravessa. Um dos fatores que para isso vem contribuindo é o uso extensivo de combustíveis fósseis no cenário urbano. Por isso, estamos em um momento histórico em que se faz necessário rever tal tendência e criar alternativas de mobilidade de baixo impacto ambiental; no entanto, desafios de ordem sociocultural e econômico vêm obstaculizando tal projeto. Em primeiro lugar, existe uma cultura dominante que prioriza o transporte movido pelo combustível fóssil. O século XX ficou marcado pela expansão da indústria automobilística, a qual prevalece até hoje sobre outros modos de mobilidade. Especialmente carros e motos são signos de ascensão  econômica e não parece que veículos menos poluentes conseguiram ocupar também esse papel. Desse modo, maneiras menos nocivas ao meio ambiente de circular na cidade ainda não foram devidamente incorporadas ao jogo social.  Em segundo plano, há a realidade do alto custo aos cofres públicos de reorganizar a malha da cidade para esses novos componentes. Para a bicicleta ser um transporte viável, não basta construir ciclovias isoladamente: é preciso criar, alargar ou reduzir ruas, rearticulá-las, garantir condições de se pedalar com segurança, construção de semáforos separadamente dos carros, etc. Dessa maneira, a necessidade de se investir significativamente em um novo conceito de mobilidade urbana acarreta uma série de novos gastos para o orçamento do governo, constituindo uma barreira para emplacar essa nova política.  Enfim, estamos em um contexto em que o cidadão resiste em mudar seus referenciais e persiste no uso do automóvel, enquanto o Estado encontra  dificuldades em encontrar espaço em seu orçamento para viabilizar uma circulação menos nociva à natureza na malha urbana. Por isso, seria interessante que os próprios fabricantes de carros, estimulados por incentivos governamentais, propusessem campanhas de equilíbrio de uso entre carros e outros tipos menos poluentes de locomoção.