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Enviada em: 29/04/2017

Simbiose entre mobilidade urbana e desenvolvimento sustentável       Desde o limiar da década de 1950, no governo de Juscelino Kubitschek, cultivou-se a ideia de que a felicidade seria alcançada por meio da compra dos bens de consumo, como os automóveis. Percebe-se, atualmente, que os problemas infraestrutural e ambiental, gerado pelo demasiado número desses, estão intrinsecamente associados à realidade brasileira, seja pela persistência da mentalidade de consumo como um fim, seja pela falta de políticas públicas que visem sua substituição.       Mobilidade urbana diz respeito à possibilidade de um indivíduo se locomover livremente nas cidades. Todavia, o que se observa no Brasil, cotidianamente, são longos congestionamentos causados por um número excessivo de carros nas ruas. Segundo o sociólogo Emile Durkheim o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Nesse contexto, observa-se que o exacerbado contingente de veículos pode ser encaixado na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma pessoa nasce no meio do estereótipo de consumo de veículos privados, tende a adotá-lo também.          Outrossim, não basta que se mude a mentalidade da população, se as ações dos governos federal, estadual e municipal não as acompanharem. Assim, o fato de transportes públicos de qualidade, tais quais, metrôs e linhas de ônibus, serem utópicos na maioria das cidades do Brasil- juntamente com a inexistência de ciclovias e passeios- se deve à falta de políticas públicas, dificultando a erradicação do problema. Dessa forma, fazer com que o Governo se adapte às emergências da sociedade atual é uma necessidade, e não um fato opcional.     É evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Para erradica-lo, o Ministério das Cidades deve dedicar maiores investimentos aos governos estaduais e municipais para que esses, enfim, possibilitem a construção de um transporte público (metrôs, linhas de ônibus, ciclovias e passeios) de qualidade e segurança para a população. Ademais, a atuação de ONGs que divulguem campanhas de conscientização sobre a premência de a população aderir os novos transportes é imprescindível, já que essas ocupam lacunas que o poder público, em escala global, tem dificuldade de atuar. Quem sabe, assim, possa haver uma ação simbiótica entre mobilidade urbana e desenvolvimento sustentável.