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Enviada em: 01/05/2017

A mobilidade urbana configura-se como deslocamento de carga e pessoas nas cidades, tendo estrita relação com o direito de ir e vir dos cidadãos. Dentro desse viés habilita-se fervorosas discussões acerca do paradigma ideal que assegure a fluidez das circulações citadinas e ainda esteja enquadrado em visões sustentáveis de ínfimo impacto ambiental. Sobre tal questão, o Brasil possui profundos obstáculos ,de razões políticas e estruturais, para alcançar um molde de transporte que garanta abrangentemente a dinamicidade do fluxo urbano.   A extensão territorial brasileira viabiliza, primordialmente, o ferroviarismo sob os aspectos beneficiadores desse modelo para longas distâncias. Contrariando essa lógica, em meados do século XX, Juscelino Kubitschek incentivou a construção de estradas ambicionando a entrada  de capital estrangeiro, através da implantação de transnacionais automobilísticas. A partir dessa política instaurou-se o rodoviarismo como método de comunicação intermunicipal e, principalmente o retrato da movimentação dentro das cidades. Nesse contexto, corroborando a tese de Durkheim, em que um fato social comum adequa as ações individuais, a estratégia governamental implantou nos brasileiros a cultura do automóvel. Tal fato dispõe-se como notório empecilho para a institucionalização da intermodalidade  nas zonas urbanas, uma vez que o uso de outros veículos transportadores, como bicicleta, que reduz a emissão de gases estufa, de forma considerável, teria de intervir num padrão comportamental da sociedade.    Diante desse panorama é factível ressaltar que a urbanização brasileira por ser recente instituiu-se de forma malplanejada gerando, portando, cidades espontâneas de infraestrutura defasada, fator que compromete a fundação de transportes que necessitem de flexibilidade espacial como trens elétricos, monotrilho e o metrô, os quais mesmo detêm interferência antrópica no ambiente reduzida, tornam-se inexequíveis frente à estrutura de muitos centros brasileiros. Cabe ainda pontuar que a ineficaz gestão estatal de transporte público suspende a modalidade urbana sustentável. Essa forma de deslocamento comporta-se produtivamente mais ecológica comparando o gasto de combustíveis fosseis ao volume de indivíduos transportados.      Examinando a conjuntura explícita como desequilibrada é imperioso que ações sejam executadas objetivando remodelar a mobilidade urbana. Para realizar tal idealização compete ao Estado investir em transporte de público qualitativo que incentive a população aderir tal método para sua circulação. Ademais, evidencia-se a ampliação e diversificação dos modais dentro do cabível a cada município. A sociedade, por meio da mídia, deve estimular o uso de novos paradigmas de tráfego.