Materiais:
Enviada em: 03/07/2017

A mobilidade urbana sustentável é um grande desafio às políticas ambientais das cidades contemporâneas brasileiras. Após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil, assim como a maioria dos países em desenvolvimento, começou a urbanizar-se de forma rápida e desordenada. O presidente Juscelino Kubitschek incentivou o modelo desenvolvimentista no país, no qual foi amplificado o poder aquisitivo da população, a fim de estimular a compra de veículos particulares. A partir de então, foi criada uma infraestrutura que favorece os veículos individuais aliada a falta de investimento em modelos de transporte sustentáveis.         Em face do não planejamento infraestrutural das cidades no que diz respeito ao deslocamento diário dos cidadãos, reflexo da industrialização e rápida urbanização ocorrida no país, a estrutura transportes coletivos e ecologicamente corretos do país ficou deficitária. Um exemplo contundente da estrutura falha de modais sustentáveis é a cidade de Belo horizonte, importante metrópole do país, na qual existe apenas uma linha de metrô com 28 quilômetros de extensão. Outro fato indubitável que exemplifica a falta de investimento em sustentabilidade é que ciclovias representam somente 1% da malha viária das capitais no país. Uma vez que esse cenário ocorre em muitas cidades brasileiras, evidencia-se a necessidade de investimento em modais coletivos e ecologicamente sustentáveis por parte do poder público bem como de iniciativas privadas.         Paralelo a isso, há no país diversos fatores que favorecem o transporte individual. Tal fato se comprova ao observar o espaço destinado nas ruas destinado ao estacionamento para véiculos. Tendo essa questão em vista, fica evidente que o ambiente público não é utilizado de forma democrática, uma vez que aqueles que possuem carro ou moto são favorecidos em detrimento de pedestres e ciclistas. Além disso, visto que o governo reduz constantemente o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o setor automotivo é beneficiado e a aquisição de automóveis se torna cada vez maior. Esse cenário reflete um contexto de dificuldade política e estrutural no que se refere ao favorecimento de modais ecológicos.        Por tudo isso, faz-se necessária a adoção de medidas no que diz respeito aos modelos de transporte sustentáveis. Para tanto, é imperativo que o governo, principalmente em sua esfera municipal, em parceria com empresas privadas invistam no setor por meio da ampliação das linhas metrô e construção de ciclovias. É importante, ainda, que o governo deixe de reduzir os impostos para incentivar a compra de automóveis e faça campanhas as quais incitem a utilização dos transporte coletivos bem como de bicicletas.