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Enviada em: 24/07/2017

O advento da Revolução Industrial, que se manifestou expressivamente no Brasil durante a Era Vargas, provocou a rápida urbanização do Brasil. Esse processo aliado à herança histórica rodoviarista do país e à má qualidade do transporte público acarretaram em um atual quadro delicado de mobilidade urbana.        A opção pelo automóvel – que parecia ser a resposta eficiência à circulação de pessoas no século XX – somada ao aumento da frota de automotores na cidade aumentou a dificuldade de mobilidade nas cidades. Essa herança rodoviária também provocou, na última década, o acúmulo de investimento nos transportes individuais em detrimento dos transportes coletivos. Este fato explica a má qualidade e eficiência do transporte público que corrobora para a dificuldade de locomoção. Estima-se, segundo dados da Fundação Getúlio Vergas, que mais de 40 bilhões de reais sejam gastos anualmente devido ao tempo produtivo perdido e ao combustível gasto devido aos congestionamentos        Em concomitância, os gases expelidos pelo aumento dos automotores poluem a atmosfera e são causadores do efeito estufa e das chuvas ácidas, por exemplo. Segundo dados publicados pela ONG Rodas da Paz, um passageiro em um transporte coletivo pode poluir até 17 vezes menos que um motorista de um automóvel. Nesse sentido, é indispensável a adoção de medidas capazes de reverter este quadro de poluição e dificuldade de mobilidade no país.        Convém, portanto, que, primordialmente, o Poder Público, gestor dos interesses coletivos, promova investimentos no transporte público, ampliando as linhas de metro, ônibus e trem e garantindo, assim, melhorias na qualidade e diminuição da poluição. Soma-se a isso, a necessidade de soluções inovadoras por parte da iniciativa privada juntamente com o Estado, como a implantação de bicicletas públicas e ampliação das ciclo-faixas, assim como ocorre em alguns países europeus. Por fim, a sociedade deve se mobilizar e promover a difusão de fóruns de debate de mobilidade urbana com o fito de propor mudanças no Estatuto das Cidades e também soluções para o problema. Sob tal perspectiva, poder-se-á construir uma cidade mais limpa e fluente.