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Enviada em: 13/09/2017

Aumento nas tarifas. Superlotação. Veículos sem manutenção. Acessibilidade precária. Trânsito caótico. Contrariando a Constituição Federal, que tem como uma de suas garantias fundamentais o direito de ir e vir aos cidadãos, a mobilidade urbana no Brasil apresenta diversas falhas no que diz respeito à qualidade dos serviços oferecidos, ampliando a insatisfação das pessoas dependentes desses meios de transporte, além de contribuir para o agravamento do aquecimento global.           Em primeiro lugar, é válido ressaltar que após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil começou a urbanizar-se de forma rápida e desordenada. Isso se reflete diretamente na atualidade visto que não houve planejamento adequado na infraestrutura das cidades para facilitar o deslocamento diário dos cidadãos, através de meios alternativos, como as bicicletas. Segundo Karl Marx, no capitalismo vivencia-se o chamado fetichismo da mercadoria,situação na qual os produtos tornam-se necessidade crucial para que a pessoa sinta-se realizada. Nesse contexto, com o nacional desenvolvimentismo do governo de Juscelino Kubitscheck, foi implantada a indústria de automóveis no Brasil, popularizando a venda de carros e deixando de lado os transportes públicos coletivos em razão de sua ineficiência,que, desde os anos 1950, ficaram em segundo plano. Associado a tal, o Governo Federal tem reduzido os impostos sobre os produtos industrializados,o que inclui os carros,além da concessão de mais crédito ao consumidor, o que acaba facilitando a compra e financiamento de automóveis.                      Em segundo lugar, infere-se que o transporte público brasileiro é ineficaz, pois é constituído por transportes em condições precárias e superlotados por não conseguirem atender a demanda. É preciso investir em meio de transporte de baixo impacto como as bicicletas, criando faixas exclusivas para estimular seu uso. Com isso os congestionamentos e a emissão de poluentes diminuirão, o que contribuirá para uma melhoria da qualidade de vida da população e, consequentemente, aumento da expectativa de vida. Contudo, é necessário criar condições adequadas, como empresas de aluguéis de bicicleta e oferecer benefícios trabalhistas a quem optar por usá-las.               Logo, é necessário que o Ministério dos Transportes procure desenvolver o empreendedorismo intermodal por meio da recuperação de rodovias,ampliação das ferrovias e estímulo à carona solidária para diminuir o fluxo de automóveis em circulação.  O Poder Legislativo deve sancionar uma lei de pedágios urbanos para estimular a diminuição do fluxo de veículos e,consequentemente,um descongestionamento. Por fim,o Ministério do Planejamento deve investir na melhoria da infraestrutura e logística de transportes de baixo impacto por colocar em prática a execução e ampliação das ciclovias em todo o país. Nesse sentido, haverá  benefícios para a sociedade e para o meio ambiente.