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Enviada em: 01/09/2017

Como uma função exponencial matemática, a quantidade de veículos automotivos tem aumentado nas rodovias brasileiras, no que tange uma taxa de crescimento de 400%, segundo o MOBILIZE- portal brasileiro de Mobilidade Urbana Sustentável. No entanto, a opção pelo automóvel- que parecia ser a resposta eficiente do século XX à necessidade de circulação- levou à paralisia do trânsito, assim como problemas ambientais.Desse modo,deve-se analisar ora como a herança histórica-política e econômica, ora  a omissão do poder público torna a mobilidade urbana um desafio à inserção ao meio sustentável.    A herança dentre os contextos históricos, políticos e econômicos fomenta à presença da problemática vigente no século XXI. Isso porque durante o governo de Juscelino Kubitschek, o presidente atribuiu o modelo desenvolvimentista, no qual impulsionou a produção da indústria automobilística, a fim de estimular à compra de veículos particulares. Dessa forma, a ampla concentração industrial na região Sudeste contribuiu com o notório inchaço urbano e com o grande fluxo de automotivos nas metrópoles.Sendo assim, pela falta de incentivos estruturais, gera-se uma deficiência nas articulações intermodais, o que promove a redução de transportes alternativos, como por exemplo, a malha ferroviária, o uso de bicicletas, skates ou, até mesmo, patins. Não é à toa, então, que os impactos ambientais e visuais- a poluição sonora,atmosférica e acidentes- são bastante recorrentes.   Atrelado a isso, nota-se ainda que, a omissão do poder público também agrava tal problema. Isso decorre desde a década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, em que o Brasil sofreu um processo de urbanização rápido e desconcentrado. Sendo assim, tanto a falta de planejamento adequado na infraestrutura das cidades quanto à falta de investimentos governamentais no setor de segurança consolidou dificuldades quanto ao deslocamento diário dos cidadãos. Desse modo, conforme Sérgio Buarque, na obra “Raízes do Brasil”, defende no capítulo "O semeador e o ladrilhador" que a formação das cidades é antinatural. Assim, a adoção do modelo rodoviário, apesar dos trânsitos, torna-se preferencial, devido ao elevado custo no preço das tarifas, ao ponto de ofertas de serviços precários, ineficientes e defasados que acarretam significativa diminuição da qualidade de vida.    Torna-se evidente, portanto, que urgem medidas para superar o impasse. Logo, é dever do Ministério dos Transportes a implantação de sistemas sobre trilhos,como trens e bondes modernos (VLTs), ônibus "limpos", teleféricos com integração a ciclovias e esteiras rolantes. Ademais,cabe ao Ministério Público executar projetos sob sistemas de bicicletas públicas, como os implantados em Paris. Por fim, o Ministério das Cidades deve investir em calçadas, niveladas, sem buracos e obstáculos. Assim, requalificação dos transportes públicos poderá reduzir o ronco dos motores e garantir a inclusão social.