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Enviada em: 12/09/2017

Durante a primeira guerra mundial, o Canal de Suéz, que ligava o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo, era muito cobiçado pelas potências por possibilitar uma travessia rápida, evitando contornar todo o continente africano. A mobilidade urbana de baixo impacto ambiental apresenta-se como um Canal de Suéz do século XXI. Sua devida aplicação e uso constante nas cidades são, porém, impedidas por uma falta de aceitação pelos cidadãos e uma lacuna governamental em relação ao incentivo e facilitação infraestrutural em relação a tal medida.     O estado brasileiro possui uma herança rodoviária histórica, que contribui para significativamente para a manutenção de um senso comum de culto ao automóvel particular como opção mais confortável. Outrossim, a crescente facilidade na concessão de crédito dos últimos anos impulsionou a aquisição de veículos automotores, aumentando a frota ativa e, consequentemente, a emissão de carbono.       Ademais, o baixo número de ciclovias impossibilita a utilização em larga escala da bicicleta, principal veículo de baixo impacto ambiental. Uma matéria publicada pelo Estadão revela que os paulistanos passam, em média, quase três horas por dia presos no trânsito. Dados alarmantes como esse deveriam ser responsáveis por conscientizar os moradores das grandes metrópoles acerca da vantagem da bicicleta, ocasionando a demanda das ciclovias através de pressão popular.       Urge, assim sendo, que sejam mobilizados, por parcela da população, projetos de demanda, através de plataformas como a AVAAZ, em prol da pavimentação urbana, visando aumentar a possibilidade de circulação cicloviária. Da mesma forma, cabe ao Governo Federal elaborar metas de redução da emissão de carbono, como visto na Dinamarca, tendo como objetivos a sustentabilidade e a melhora na qualidade de vida da população atual e das gerações futuras, afinal, como dito por Jurgen Habermas, "a sociedade é dependente de uma crítica às suas próprias tradições".