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Enviada em: 31/10/2017

As metrópoles brasileiras apresentam índices elevadíssimos de poluição, tendo o setor de transportes como um dos principais causadores. Mesmo já havendo alternativas que não emitem tantas impurezas, não são implantadas devido ao desinteresse econômico das autoridades. As consequências dessa escolha são para todos. Além da maior ocorrência de doenças respiratórias, como asma e bronquite, há significativas alterações climáticas que podem destruir diversos ecossistemas. Dessa forma, a harmonia com a natureza só será efetivada quando os governantes forem pressionados pelo povo para um maior investimento em mobilidade sustentável.           Primeiramente, é preciso entender que medidas ecologicamente corretas não são tão atrativas para as corporações e, por isso, não são aplicadas. De fato, é inviável nesse modelo econômico que projetos complexos e de alto custo sejam aprovados pelo governo, que, segundo Karl Marx, "é apenas um comitê para gerir os negócios comuns da burguesia", e essa só está interessada no lucro máximo. Essa realidade se potencializa ainda mais pelo rentável comércio de petróleo, que impede a ascensão do uso de energia limpa nos transportes públicos e individuais.       Apesar disso, a proposta de mobilidade sustentável poderia ter uma chance se a massa populacional lutasse por ela, o que não ocorre. Isso se dá porque os brasileiros, em sua maioria sem o devido estudo, permanecem na zona de conforto e só sairão dela quando compreenderem os graves problemas de saúde ligados ao crescimento desordenado de automóveis e motocicletas num sítio urbano limitado. Afinal, já dizia Paulo Freire: "Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda."       Portanto, o principal desafio na busca do equilíbrio entre mobilidade urbana e natureza é a promoção de educação ambiental a todos pelo governo. A ele também cabe: a construção e manutenção de ciclovias, bicicletários e ferrovias, já que bicicletas e trens não emitem gases poluentes como os atuais ônibus e carros; o financiamento de pesquisas para o uso de combustível de hidrogênio, cuja queima só gera calor e água, bem como a expansão das energias solar e eólica. Por sua vez, a mídia poderia promover campanhas que incentivem a preferência por meios de transporte menos poluentes. Desse modo, a sociedade brasileira terá maior facilidade de locomoção e reduzirá os danos ecológicos, aumentando sua qualidade de vida.