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Enviada em: 25/03/2018

Desde as primeiras manifestações do Arcadismo, muitos poetas já buscavam a fuga dos problemas urbanos por meio de imaginações idealistas do meio rural. Essa forma de distanciamento comum aos escritores, também se manifesta nos cidadãos hodiernos no que tange a pouca efetividade de locomoção nas cidades brasileiras, as quais possuem extensões negativas e consequenciais no âmbito ambiental.  Primeiramente, é preciso compreender quais são as implicações do transporte individual motorizado para o meio ambiente. É notório que, a partir da década de 90, tem-se um crescimento exponencial na utilização do transporte individual em detrimento do coletivo. Ao que tudo indica, esse fato deve-se a lotação, aos preços abusivos e à baixa infraestrutura de meios públicos. Desse modo, torna-se evidente a baixa popularização de locomoções independentes de combustíveis fósseis. Ademais, não há como negar que pedestres e ciclistas possuem pouca garantia constitucional. Em decorrência disso, pesquisas revelam que 41% das viagens realizadas no Brasil são feitas por veículos não motorizados. No entanto, vale ressaltar que a Lei Federal 12587/2012 - Política Nacional de Mobilidade Urbana - não traz referência alguma aos pedestres, além disso, ciclovias não possuem destaque em cidades com grande fluxo de movimentação. Nada disso, porém, seria tão prejudicial ao ambiente urbano se fossem implantadas políticas públicas de valorização à mobilidade verde.  Fica clara, portanto, a primordialidade de ações governamentais e sociais para uma eficaz reurbanização. Para tal objetivo, o Ministério das Cidades tem de construir pontos de pedágio urbano em áreas de grande circulação automotiva, a fim de diminuir a quantidade de veículos e estimular o uso de bicicletas e da caminhada. Em consonância, com o apoio de prefeituras municipais, também deve disponibilizar o aluguel de bicicletas para a população consciente de que uma cidade ideal é aquela que não se enquadra no ideário arcadista.