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Enviada em: 19/09/2017

O cenário é desolador. Amanhece o dia e o caos toma conta dos grandes centros. Engarrafamentos, insegurança no transporte coletivo, acidentes e muito estresse são alguns dos problemas enfrentados pelos brasileiros diariamente nas principais metrópoles. A falta de um planejamento adequado desde o início da urbanização do país contribuiu e continua contribuindo de forma decisiva para a sequência de dificuldades encontradas hoje quando se fala em mobilidade urbana. Tempos atrás, a prioridade era a implantação de automobilísticas e não de outros modais que favorecessem a livre circulação do cidadão.       Infelizmente, por um bom tempo no Brasil, não se pensou no prejuízo que o aumento excessivo do número de automóveis traria à longo prazo. Nessa perspectiva, o inchaço urbano é que faz os engenheiros de hoje e alguns dos governantes pensarem na possibilidade de mudar a realidade em função da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Sem repensar em novas alternativas como as já implantadas em alguns países, a exemplo de Londres e Amsterdã, não há como priorizar o cidadão em detrimento dos veículos motorizados. O serviço público de transporte coletivo tupiniquim quase não estimula a população a adotar esse modal porque na maioria das cidades ele se apresenta como um modal arriscado. Trata-se de um serviço caro, de péssima qualidade, insuficiente e agora, inclusive perigoso para algumas mulheres. Isso sem contar o tempo de espera!       Além do mais, a mentalidade das pessoas não se modifica rapidamente. Por isso, o cenário de engarrafamentos quilométricos, apesar de alguns poucos esforços ainda será a realidade brasileira por um bom tempo. Ora, se não há investimento maciço como desejar que essa realidade caótica mude?! É preciso mais rigor! Enquanto não se acreditar que a mudança e as adequações são possíveis elas não sairão do papel. Não há qualidade de vida se se passa a maior parte do tempo no trânsito! Faltam bicicletas, metrôs, ciclovias, semáforos inteligentes, ônibus confortáveis e seguros, mas também faltam árvores, menos barulho e menos poluição visual por conta da excessiva pavimentação e de tantos arranha céus. Quase inexiste sustentabilidade. Morrem pedestres e ciclistas e o desrespeito mostra o quanto a mobilidade urbana brasileira é ineficiente.       É preciso antes de tudo investimento pesado! Investimento em novas modalidades e em preparação de todo o sistema desde os funcionários. Nisso os prefeitos têm um papel fundamental, pois a readequação urbana ocorre por meio de medidas como o uso de um complexo sistema de monitoramento, fiscalização rígida, uso da tecnologia a favor da mobilidade, rigor no horário de coletivos e também a criação de bairros autossuficientes. O preço é alto, mas vale a pena!