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Enviada em: 17/09/2017

É inegável o fato de que, o crescimento econômico, dos últimos 50 anos, foi centrado na produção automobilística. Tal aspecto, foi favorecido pela redução dos impostos do Poder Público sob carros industrializados. Entretanto, apesar desses fatos, o Brasil sobre um grave problema relacionado à crise da locomobilidade urbana, formada não somente pelos reflexos de insuficiências governamentais, como também, pelos provectos fatores histórico-sociais, marcados nas raízes da sociedade civil.     A problemática da mobilidade urbana, a priori, advém de diversos procedentes, estando entre eles a má qualidade dos transportes públicos. Com ênfase, o uso de coletivos gera uma inescrupulosa insatisfação social, visto que não houve planejamento adequado na infraestrutura das cidades para facilitar o deslocamento diário dos cidadãos. Esse cenário, juntamente com a superlotação, atrasa o tempo das viagens; constituindo, portanto, um favorável e desordenado desdobramento dos veículos particulares automotores – que é responsável pela emissão de milhões de toneladas de gás carbônico, anualmente. Destarte, de modo determinista, a precariedade dos transportes coletivos aliado às carências estatais por meios alternativos sustentáveis, ocasionam no aumento do aquecimento global.       Além disso, em “A Rosa do Povo”, de 1945, Drummond já evidenciava os efeitos da modernidade: a inevitável incomunicabilidade do sujeito. Haja vista que, olhando para um contexto mais atual, ao analisar o completo caos que a mobilidade urbana brasileira enfrenta, não é difícil perceber que o cidadão tem optado por realizar seus trajetos em veículos individuais, muito mais pelo desinteresse em se relacionar com o próximo, do que por qualquer outra razão adversa. Aumenta-se, dessa forma, a fragilidade das relações sociais enquanto diminui a qualidade de vida ao perder horas no trânsito.     De modo exposto, percebe-se que a crise da mobilidade carece ser solucionada e tem bases antiquadas, mas que podem ser superadas. É mister, portanto, intensificar e consolidar medidas e projetos já vigentes, de modo que sejam mais rígidos. O Estado, na figura de Poder Executivo, deve investir em construções de modais de transportes públicos econômicos e mais sustentáveis, como metrôs e ciclovias; diminuindo, desse modo, o tempo das viagens e a superlotação. Ademais, a curto prazo, é necessário que o Estado em conjunto às ONGs voltadas à qualificação dos transportes públicos, apliquem o pedágio urbano, a fim de evitar o uso dos veículos automotores e que toda receita líquida, seja destinada ao investimento em melhorias nos coletivos do país. Somado a isso, é fundamental o ensino de ampla cultura de conscientização sobre a comunicabilidade do sujeito, pelas instituições formadoras de opinião, como família, escola e meios comunicativos, por meio de diálogos, debates e propagandas em horários nobres, com o intuito de garantir uma melhor qualidade de vida.