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Enviada em: 18/09/2017

O êxodo rural brasileiro, ocorrido nas décadas de 60 e 80, provocou um intenso inchaço urbano nas, até então,pouco aparelhadas cidades.Soma-se a isso, atualmente,o intenso e desordenado desenvolvimento urbana-industrial percebido nas novas metrópoles, bem como a baixa iniciativa governamental para diversificação dos meios de transporte, o que impactou negativamente em como a população se desloca no território nacional.Deste modo, os desafios enfrentados para promover uma eficiente mobilidade urbana no Brasil esbarra em problemas históricos e estruturais.   Ao analisar-se, em primeira instância, o desenvolvimento dos modais urbanos nacionais, percebe-se a priorização do modelo rodoviarista em detrimento dos demais, tais quais ferrovias e aquavias.Isto se explica,em grande parte,pelo plano de desenvolvimento nacional baseado em rodovias implantado por JK durante seu governo nos anos 60, o que deixou reflexos até hoje, a exemplo do ônibus como meio predominante de deslocamento nos grandes centros urbanos,mesmo este sendo classificado como de baixa capacidade de transporte,altamente poluente e não adequado para grandes distâncias.Além disso,a ineficaz fiscalização estatal das empresas da área de transportes, somada a insegurança e baixa qualidade dos serviços públicos de deslocamento,implicaram,segundo dados da Associação Nacional de Transportes Urbanos, em um aumento de 30% no número de novos automóveis individuais circulantes,o que provoca congestionamentos e impacta diretamente na diminuição da mobilidade.   Ademais, estruturalmente,a falta de integração intermodal, assim como a baixa ou inexistente opção de outros meios de locomoção, forçam os cidadãos a utilizarem-se do único serviço de transporte disponível,sobrecarregando-o.Isto gera um travamento superficial das vias de circulação das cidades, restringe a mobilidade efetiva e acarreta a progressiva diminuição da movimentação dentro das metrópoles.Acrescenta-se a isso o alto valor cobrado pelas passagens,o extenso deslocamento realizado e o número insuficiente de modais de massa - metrô,barcas-,o que torna as viagens exaustivas,incomodas e desconfortáveis,impactando no rendimento,por exemplo,dos trabalhadores.    Nesta perspectiva, portanto, a questão da mobilidade urbana brasileira tem bases históricas e estruturais.Logo,cabe ao Governo Federal,através do Ministério do Transporte e Integração,em conjunto com prefeituras e empresas do ramo de locomoção,atuarem na promoção da diversificação,ampliação e integração efetiva dos modais,levando-se em conta as especificidades e demandas locais,acompanhado do endurecimento da fiscalização das atuais empresas prestadores de serviço.Assim,espera-se a diminuição da  sobrecarga de um único meio de transporte,possibilitando a elevação da qualidade do serviço prestado e contribuindo para a melhora da mobilidade urbana.