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Enviada em: 18/09/2017

O caos urbano, a morosidade do tráfego e o estresse nas ruas são tópicos que o futurista Marinetti reconheceria como segmentos não salutares da modernidade no Brasil. Nesse ínterim, uma série de problemáticas dos fluxos populacionais no país se dá pelo individualismo incipiente, atrelado à influência da indústria cultural, além do mau planejamento herdado da urbanização.    Em primeiro plano, fere-se a justiça social - quando se analisa a qualidade dos serviços - em virtude da herança de precária gestão do transporte público: além do fator histórico, as políticas públicas direcionadas ao setor diverge da garantia promulgada de mínima dignidade ao cidadãos. Isso se deve, em grande parte, à conjuntura de segregação induzida (gentrificação) que marginaliza a massa trabalhadora longe de seu local de ofício, tornando o fluxo diário conturbado, afetando as demais classes sociais.    Outrossim, deve-se ao fato social consumista e à ausência de alteridade o conturbado praxe de possessão de veículo privado. Essa manutenção de status social ocorre devido à políticas da indústria cultural que a influi veementemente. Consoante Bauman, tal elitização acontece em virtude da posse de um objeto cuja função consiste num sobrepujamento social subjetivo, que visa ao atendimento da coercitividade coletiva aderida e sancionada. Por não comportar essa demanda, no entanto, as metrópoles veem suas vias desordenadas pelo excesso de carros, o que provoca diversos impasses, como os longos congestionamentos. Fica claro, destarte, que as políticas públicas junto ao viés individualista influem nos embates da mobilidade urbana. Por isso, cabe à Agência Nacional de Transportes Terrestres promover não só medidas restritivas, por meio do rodízio diário de placas, mas também investir na qualidade e custo do segmento. Deve, também, junto às instituições educativa e televisiva, realizar ações de incentivo, mediante campanhas publicitárias e ficções engajadas, ao aderimento sustentável e salutar de rejeição ao estresse que o trânsito caótico promove, construindo, por exemplo, mais vias exclusivas.