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Enviada em: 17/09/2017

Cidades crescem com desigualdades          “Governar é abrir estradas”. A frase do então presidente Washington Luís, materializou-se em 1928, com a inauguração da Rio-Petrópolis, a primeira rodovia asfaltada do país. Até então, a ligação entre a capital federal e a cidade imperial era feita por caminhos de terra. No entanto, com advento da indústria automobilística, o carro trouxe inúmeros benefícios ao desenvolvimento tecnológico e econômico das cidades, introduzindo mudanças significativas no espaço urbano, cujas consequências - positivas e negativas - são sentidas até hoje. Esses fatores fizeram que os investimentos no setor se tornassem constantes, como forma de garantir sua crescente expansão.      Possuir um carro, contudo, é apenas a ponta do problema da mobilidade nas grandes cidades, agravado pela utilização cotidiana e excessiva do veículo. Além disso, a priorização histórica dada por diversos governos, à indústria automobilística, levou à marginalização e ao sucateamento de outros modais que não o individual motorizado. Isso sinaliza que o uso do automóvel inviabilizou a projeção de sistemas de transportes públicos que satisfizessem as necessidades da maioria dos moradores das cidades.     O rápido crescimento das cidades e da frota de veículos, sem o planejamento urbano que seria necessário, leva a uma piora na qualidade de vida da população e a situações de extrema desigualdade social. Aumento nas tarifas, superlotação, acessibilidade precária. Dessa forma, o tempo não é a única coisa que as pessoas perdem nos congestionamentos. Perde-se também saúde, dinheiro e, em alguns casos, até a vida. Há, ainda, a questão do aquecimento global, o setor de transporte é um dos atores principais e ocupa o posto de segundo maior emissor de gases de efeito estufa no país.          Portanto, fica claro que essa insuficiência afeta a população em vários níveis, essa priorização ao automóvel, cria um ciclo interminável de utilização injusta e antidemocrática do espaço urbano que precisa ser corrigida com urgência. Primeiramente, é preciso reverter a lógica das cidades, com o aumento de ciclovias e ciclofaixas, incentivando uma prática saudável e desafogando o trânsito. A adoção de políticas públicas por parte do governo e urbes, de uma tarifa variável e incentivo à horários flexíveis, assim, cobrando tarifas mais baratas nos horários em que o transporte coletivo esteja mais vazio, ou seja fora do horário de pico. Com ajuda de arquitetos urbanistas, a implantação de VLTs e desenvolvimento de hidrovias para aproveitar os rios como meio de transporte a modo de tirar o metrô do foco e criar corredores que integrem diferentes tipos de meio de transporte . Para que por fim, os prazos de uma cidade mais inclusa sejam atendidos a curto, médio e longo prazo.