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Enviada em: 18/09/2017

Historicamente, com o processo denominado Revolução Industrial ocorrido no século XVIII juntamente com os enclosures — cercamento dos campos — o movimento de êxodo rural foi intensificado mundialmente. No Brasil, observa-se que o processo de urbanização foi precoce e não elaborado, em função disso, problemas como a mobilidade urbana se tornaram comuns no cotidiano dos brasileiros. Nesse sentido, é preciso analisar suas verdadeiras causas para solucionar o problema.          Nesse contexto, vale ressaltar o legado histórico deixado pelo governo de Juscelino Kubitschek, caracterizado por investir de forma maciça no modal rodoviário em detrimento aos demais. Atualmente, consequências desse legado são notórias, uma vez que os brasileiros preferem os transportes individuais, à vista disso o número de carros e motos cresceu consideravelmente. Contudo, a maioria das cidades brasileiras não possuem estruturas para atender tal demanda, não obstante a Lei da Mobilidade Urbana garantir a acessibilidade dos cidadãos nas cidades.         Outrossim, segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população brasileira aumentou 12,3% durante a primeira década dos anos 2000. Nesse viés, convém analisar a ineficácia e a deficiência do transporte coletivo no país, uma vez que a falta de investimentos estruturais, coletivos lotados, sem segurança e que quebram constantemente, somado ao alto valor das passagens, fizeram com que as pessoas migrassem para os transportes individuais. Essa atitude colabora para o crescente número de engarrafamentos e acidentes nas cidades, em razão da sobrecarga de motos e carros nas ruas.                Percebe-se, portanto, que os desafios da mobilidade urbana no Brasil apresenta entraves que precisam ser superados. Para isso, é necessário que o Governo juntamente com os poderes municipais busquem implantar medidas para melhorar a mobilidade nas cidades, como o Plano Serete, implementado em Curitiba, que ampliou a acessibilidade das pessoas. Logo, urge a destinação de verbas para a construção de vias nos centros das cidades que visem agilizar o trânsito e evitar engarrafamentos. Somado a isso, as empresas privadas responsáveis pelo transporte coletivo em consonância com as prefeituras, devem investir de maneira maciça na melhoria da estrutura dos ônibus, fazendo a troca dos antigos, aumentando o número de frotas e proporcionando cintos de segurança nos assentos, com o objetivo de aumentar o número de adeptos ao transporte coletivo e a diminuição dos individuais nas ruas. Por fim, a mídia pode agir em prol dessa ação divulgando os malefícios decorrentes dos problemas da mobilidade urbana e passar a fomentar o uso dos transportes coletivos como meio para atenuar o impasse.