Via de mão dupla Nos últimos dez anos houve um aumento de 120% de veículos automotores circulando no Brasil segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).Esse aumento interfere diretamente na circulação, ou sua falta, nas grandes e médias cidades. A maior utilização de meios de transporte individuais no Brasil esta vinculada ao ''status'' que eles trazem desde seu surgimento. Um bem que, a princípio, apenas os mais ricos podiam arcar e oferecia liberdade de ir e vir, de espaço e conforto. Os meios midiáticos contribuíram incisivamente para essa mentalidade mostrando em filmes e propagandas a felicidade vinculada e esse meio de locomoção e sua utilização.Em vista disso, a proporção de 1 carro para 2,94 habitantes, divulgados pelo IPEA, é percebida diariamente perdendo -se horas por falta de planejamento e políticas de Estado que invistam em mudar o panorama vigente. A associação errônea entre transporte público e as classes de baixa renda ainda é cometida devido a faltas de investimento governamentais no intuito de melhorar a qualidade sem alterar significativamente o preço da passagem. Ademais, um sistema de bicicletas públicas juntamente com a criação de mais ciclovias e ciclofaixas ajudaria a diminuir o fluxo e aumentar a fluidez, além de benefícios para a saúde do indivíduo. Sistemas como rodízio de veículos são eficazes mas não suficientes em vista da demanda de veículos e proporção de pessoas que os utilizam.Por isso, alternativas como caronas solidárias, parks para estacionar o carro a custos baixos e realizar o trecho restante com um outro modal são apontadas como vias de mão dupla por serem benéficas para o indivíduo e para o meio que ele convive.