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Enviada em: 03/10/2017

Para o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é comparada a um organismo: a saúde do todo depende do bom funcionamento das partes. Nesse contexto, a moléstia que afeta hodiernamente o território brasileiro encontra-se impregnada nos sistemas de mobilidade urbana, e tem contribuído negativamente para a economia do pais e qualidade de vida da população.    Em junho de 2013, alastrou-se pelo Brasil uma onda de protestos devido o aumento o valor das passagens do transporte publico. Mas, as manifestações não se restringiram a isso: superlotação e falta de manutenção nos terminais e estações estavam entre as principais reclamações, demonstrando, assim, a urgência de um sistema de locomoção limpo, seguro e de qualidade.    Ainda sob esse ângulo, de modo a suprir as necessidades que o transporte publico é incapaz de compensar, a população acaba recorrendo aos automóveis. Alem disso, visto como mais do que mera necessidade, o carro é, atualmente, simbolo de status; sob essa ótica, os incentivos e a baixa de tarifas sobre o produto tem contribuído para a persistência desse pensamento que coloca o automóvel como sinônimo de ascensão social e, consequentemente, cooperam para o inchaço automobilístico, condição que afeta negativamente grande parte das cidades brasileiras.      Por conseguinte, visto a falta de estrutura modal, acabam-se esvaindo as chances de ampliação de empreendimentos nas terras brasilienses. Tendo em vista a preocupação das empresas acerca da infraestrutura de transporte no local de seus negócios, pode-se afirmar que a falta de investimentos na mobilidade urbana na região torna-a menos atraente para as companhias. Dessa maneira, fecham-se os estabelecimentos, reduzem-se as receitas com impostos e aumenta o desemprego.    Infere-se, portanto, que, para que haja melhoria nos sistemas de locomobilidade urbana, há entraves que necessitam ser revertidos. Para isso, cabe ao Estado negociar com empresas privadas concessões de terminais e estacoes de ônibus e metros, de modo a melhorar a gestão dos serviços prestados a população. Ademais, as universidades devem promover, financiadas pelo terceiro setor, projetos de pesquisa que busquem soluções para a logística atual das empresas privadas e estatais, incentivando a prática criativa dos alunos e ajudando na criação de indivíduos com uma visão mais crítica da realidade, alem de visar menos desperdícios para as empresas e, assim, estimulando maiores ganhos financeiros e benefícios, diretos ou indiretos, para toda a região.