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Enviada em: 09/10/2017

Segundo à Constituição Federal, a garantia de mínimas condições de dignidade humana para a população brasileira é dever do Estado Democrático de Direitos. Entretanto, quando falamos sobre mobilidade urbana, percebe-se um descaso com a respeitabilidade dos indivíduos, uma vez que a precariedade do transporte público e os desafios enfrentados cotidianamente no trânsito prejudicam a qualidade de vida da sociedade brasileira.       Nesse contexto, deve-se recordar que o direito de ir e vir do cidadão é afetado de diferentes formas, haja vista que o preço pago nas passagens e a qualidade do transporte coletivo é incompatível com a renda de grande parte da população. Em 2013, o movimento ''não é só por vinte centavos'' criado por jovens descontentes com essa incompatibilidade tomou conta das ruas de todo o país, levando a revogação do aumento das tarifas de ônibus por todo o Brasil. No entanto, nota-se que essa redução de preços foi temporária e a situação do transporte grupal fica cada vez mais escasso e caro, fazendo com que as pessoas busquem por alternativas como, por exemplo, o transporte individual. Vale ressaltar que o aumento significativo do número de carros não está somente ligado as condições do transporte público, mas também a uma sociedade que rebaixa o transporte coletivo e acredita que ter carro é sinônimo de ''status social'' elevado.     Desse modo, vê-se que a consequência desse aumento significativo do número de carros nas vias contribui para a superlotação, engarrafamentos e riscos para a saúde do indivíduo, basta ver o aumento dos gases tóxicos lançados na atmosfera que gera inúmeras doenças respiratórias e que o estresse das pessoas gerado nas rotas torna a sociedade cada vez mais intolerante, agravando a violência no trânsito, além de suscitar uma sociedade mais ansiosa.      Assim, percebe-se que a mobilidade urbana é um obstáculo a ser enfrentado no Brasil. Primeiramente, a juventude deve voltar as ruas para manifestar a insatisfação com o transporte coletivo, tendo em conta que a força do povo nas ruas mobiliza a sociedade em favor do assunto em questão. Em segundo lugar, a criação de mais faixas exclusivas para ônibus, táxis e uber, podem ajudar a diminuir a questão dos engarrafamentos. Também, a mídia deve falar sobre mobilidade urbana e incentivar o uso do transporte público, com campanhas, propagandas, curta metragens, visando quebrar os estereótipos de uma sociedade individualista. Por último, o governo deve investir no transporte público para que essas medidas entrem em vigor, contribuindo para uma sociedade menos estressada e mais mobilizada urbanamente.