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Enviada em: 22/09/2017

A partir da década de 1930, o presidente Getúlio Vargas deu início ao processo de industrialização do território brasileiro, bem como priorizou a construção de estradas para atender o setor automobilístico. Nos dias atuais, o Brasil ainda está seguindo essa mesma lógica de desenvolvimento, onde o expressivo número de veículos nas cidades está prejudicando a mobilidade urbana, que por conseguinte causa diversos problemas tanto para os cidadãos, quanto para a economia do país. Isso se evidencia não só por aspectos sociais, mas também por econômicos.       Primeiramente, é importante destacar que a Nação brasileira está inserida em um contexto mundial capitalista e consumidor. Sendo assim, os meios de comunicação, financiados pelo setor privado, criaram na sociedade um sentimento de status na obtenção de um carro, o que fez o número de automoveis aumentar cada vez mais e agravar o problema. Ademais, essa sensação de prazer na compra do seu próprio meio de transporte acaba sendo transferida entre as pessoas, pois segundo Émile Durkheim, o ser humano tem uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, coercitividade e generalidade. Logo, esse ciclo está longe de se encerrar.       É válido lembrar ainda, que todos os anos a agropecuária e outros setores sofrem significativas perdas devido a lentidão na locomoção da produção. Nesse sentido, estima-se que haja, aproximadamente, um prejuízo de 10% sobre os produtos alimentícios, principalmente com as commodities destinadas a exportação, segundo dados do IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Assim, o país deixa de arrecadar e consequentimente todos os indivíduos é atingidos de alguma forma, seja pela falha de serviços públicos ou por o aumento de preços de determinados produtos.       Fica evidente, portanto, que a falta de mobilidade urbana está provocando adversidades para a população brasileira, sendo necessárias medidas para atenuar esse impasse, pois para Confúcio, filósofo chinês, não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros. Em primeiro lugar, o Governo Federal e suas unidades federativas devem investir mais recursos na melhoria dos transportes coletivos e de massas, medida que pode ser realizada por meio da parceria com o setor privado com a instalação de ar condicionados nos ônibus, horários estabelecidos, estações climatizadas e aplicativos de GPS para o acompanhamento em tempo real. Além disso, as ONGs e as escolas podem criar campanhas educativas para crianças e adultos a respeito da importância de sua participação na resolução desse conflito, estimulando-os a usarem mais o transporte coletivo, ação que pode ser feita através de palestras, seminários e meios de comunicação.