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Enviada em: 24/09/2017

O capitalismo industrial, posterior a Primeira Revolução Industrial, é marcado pela evolução constante das redes de transporte. O valor social contido naqueles que podiam adquirir o veículo mais desenvolvido era máximo e tal pensamento ainda se faz presente na atualidade. No entanto, essa lógica passou a apresentar problemas conforme a sociedade passou a se expandir continuamente. Assim, torna-se válido analisar de que forma o capitalismo, junto ao aumento da população absoluta brasileira, afeta o desenvolvimento do trânsito.       Com o constante avanço da lógica capitalista, os meios de comunicação têm se tornado os principais veículos na disseminação de ideais pautados no consumo. A mídia se encarrega de difundir a necessidade, muitas vezes inexistente, de adquirir produtos que são essenciais à vida do consumidor, inclusive no ramo do transporte. Dessa forma, uma parte considerável da população é induzida a comprar, majoritariamente, automóveis atuais do mercado para obter prestígio social. Em consequência do consumo em excesso, o caos no trânsito se intensifica. Segundo dados do G1, há um carro para cada quatro habitantes brasileiros. Em São Paulo, graças a essa quantidade, estima-se que a população passe, em média, 45 dias presa no congestionamento, segundo o jornalista Rodolfo Alves       Somado a constante difusão dos ideais capitalistas está o aumento desenfreado da população. Com aproximadamente 200 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), o Brasil tende a manter-se estável na posição de quinto país mais populoso do planeta. No entanto, a partir do momento em que a mensagem da mídia afeta uma parte considerável dessa população, os danos a fluidez no trânsito são inevitáveis. A pressa de chegar ao destino final resulta em motoristas cada vez mais irritados, tornando até mesmo o tráfego um lugar perigoso. Brigas e mortes são constantemente relatadas em noticiários, reforçando a ideia defendida pelo sociólogo Zygmunt Bauman sobre o individualismo pós-moderno. Segundo ele, os indivíduos se tornaram cada vez mais presos em si, ignorando quaisquer necessidades do próximo, desde que as suas sejam supridas, como pode ser observado no âmbito do tráfego brasileiro.          Portanto, é visível que os problemas de trânsito, se não resolvidos, acarretarão em consequências cada vez mais severas. A mídia, em parceria com o governo, deve difundir os transportes alternativos através de campanhas televisivas e em redes sociais propostas pelo Ministério de Saúde e do Meio Ambiente. As escolas, ONGs e outras instituições sociais devem disseminar campanhas que buscam dar visibilidade ao caos no trânsito, como o "Trânsito Mais Gentil", que visa melhorar a conduta dos motoristas. Dessa forma, os desafios da mobilidade urbana no Brasil serão, no mínimo, reduzidos.