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Enviada em: 25/09/2017

A mobilidade urbana é definida como as condições oferecidas pelas cidades para garantir o fluxo de pessoas entre seus diferentes espaços. Para isso, a urbe em questão deve apresentar uma combinação adequada de diferentes modais. Em contrapartida, no Brasil, esse tema se mostra um dos maiores desafios da atualidade, com origens históricas, políticas e sociais.    A priori, uma alternativa para mitigar o problema seria a adoção de modelos eficazes pelo governo. Durante o século XX, com o advento da Segunda Revolução Industrial, o automóvel surgiu como uma possibilidade de locomoção individual irrestrita. Em virtude disso, muitos governantes apostaram nessa invenção tecnológica: em 1920, o presidente Washington Luís chegou a afirmar que "governar é abrir estradas". No entanto, isso logo se mostrou insustentável, visto que nem toda população teria acesso à novidade. Por outro lado, a perpetuação dessa lógica causaria diversos problemas ao Brasil, a exemplo da falta de integração entre as regiões presente até hoje, na atualidade.    Soma-se às raízes históricas, a inabilidade que o poder público atual tem para lidar com a problemática. Em 2013, após diversas manifestações populares, o governo decidiu adotar o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, no qual os municípios com mais de 20 mil habitantes deveriam adotar um projeto adequado para sua região, que vise a melhoria dos transportes coletivos, maior segurança no deslocamento de pessoas, integração física, tarifária e operacional entre os transportes e serviços de circulação urbana. Entretanto, muitos governos locais acabam elaborando planos eficazes, a exemplo das inúmeras tentativas realizadas em São Paulo: sistema de rodízio de automóveis, construção de mais ruas, viadutos e avenidas para a locomoção, que se revelaram medidas de caráter paliativo.    Logo, para definir um planejamento eficaz de mobilidade, deve-se contar com o Estado, para estabelecer uma nova lógica de intermodais que beneficie o país, a saber, a organização de uma malha ferroviária para ser completada a longo prazo, visto que as dimensões do Brasil são continentais, além de promover o barateamento do transporte de industriais. Ademais, as Câmaras Municipais devem se empenhar em conceber o plano mais adequado de locomoção na sua cidade, considerando condições climáticas e sociais, para que atenda melhor à sociedade e ao país.